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Brasil desenvolve arroz resistente à principal doença da cultura na Ásia

Melhoramento genético preventivo


A Embrapa anunciou o desenvolvimento de variedades de arroz com linhagens brasileiras que possuem resistência à bactéria Xanthomonas oryzae pv. oryzae. Trata-se da principal doença que ameaça a cultura em diversos países da Ásia e das Américas, mas ainda não foi detectada sua presença no Brasil.

De acordo com a Embrapa, as variedades foram desenvolvidas por meio de melhoramento genético preventivo, com o objetivo de que já estejam disponíveis quando o patógeno chegue ao País. As plantas resistentes estão disponíveis tanto no arroz irrigado como no de sequeiro. 

“Muitos consideram a Xanthomonas a principal ameaça da cultura do arroz. A bactéria já foi introduzida em países próximos ao Brasil como Equador, Colômbia e Venezuela e pode entrar no País a qualquer momento”, alerta o pesquisador responsável pelo trabalho, Márcio Elias Ferreira, do Programa Embrapa Labex-USA e lotado no Beltsville Agricultural Research Center, no estado de Maryland, Estados Unidos.

“Nós selecionamos três genes de resistência de amplo espectro, ou seja, genes que promovem resistência simultânea a várias ‘raças’ de Xanthomonas. Os genes foram introduzidos em uma mesma variedade para desenvolver plantas resistentes a várias raças de Xanthomonas”, detalha o pesquisador.

Foram realizados testes para validação da resistência no Panamá, com isolados da bactéria que são comuns em lavouras de arroz naquele país. Após os resultados positivos obtidos na América Central, a equipe do projeto pretende testar os materiais também na Colômbia.

“Quando a ferrugem-da-soja chegou ao Brasil em 2001, o País não havia se preparado para a doença. Somente no primeiro ano de combate à enfermidade, foram gastos mais de 3,5 bilhões de dólares em medidas de controle, incluindo o uso de fungicidas. Estima-se que 25 bilhões de dólares foram gastos desde a introdução da ferrugem no Brasil. Medidas antecipadas, como o melhoramento genético preventivo, além de diminuir o impacto econômico também limitam o impacto ambiental, ao minimizar a aplicação de químicos para combater doenças ou pragas”, conclui Ferreira.

O trabalho foi executado no âmbito do Programa Embrapa Labex-USA da Secretaria de Relações Internacionais (SRI), e contou com parceria do Instituto de Pesquisa Agropecuária do Panamá (IDIAP).

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