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Doenças no trigo provocam prejuízos para produtores e consumidores no RS

Análise do engenheiro agrônomo Carlos R. Dellavalle Filho, da Deagro



“O excesso de chuvas no período crítico e o forte calor durante a floração ocasionaram uma onda de epidemia de giberela e brusone em diversas regiões do Rio Grande do Sul, ocasionando perdas de rendimento e qualidade na produção desta safra”. O alerta é do engenheiro agrônomo Carlos R. Dellavalle Filho, diretor da Deagro Consultoria.


“Se já não bastassem os baixos preços pagos aos produtores pelo cereal, agora doenças no final do ciclo da cultura afetam negativamente o rendimento de inúmeras áreas no RS, principalmente na região noroeste do Estado. A colheita do cereal já se iniciou no noroeste gaúcho e as quebras estão sendo visualizadas no campo, já foram colhidos mais de 13% da área total projetada no RS, acreditamos que esse número avance rapidamente essa semana com o tempo bom”, analisa o especialista.

Ele lembra que nessa safra houve mais severidade com doenças como manchas foliares, bacteriose, oídio, giberela e brusone. Porém, Dellavalle afirma que uma delas merece uma atenção redobrada: a giberela (ou fusariose da espiga) que atualmente é uma das mais importantes doenças da cultura do trigo no mundo.


Ele lembra que nessa safra houve mais severidade com doenças como manchas foliares, bacteriose, oídio, giberela e brusone. Porém, Dellavalle afirma que uma delas merece uma atenção redobrada: a giberela (ou fusariose da espiga) que atualmente é uma das mais importantes doenças da cultura do trigo no mundo.

“As doenças como as de espigas na cultura do trigo nesse ano vem sendo mais acentuadas que as safras passadas em virtude do fator climático, propiciando um ambiente favorável para os patógenos que afetam as espigas, a diferença entre uma espiga sadia e aquela atingida pelo fungo é visível na lavoura facilmente. Os sintomas característicos são espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada ou palha, que contrastam com o verde normal de espigas sadias, em condições mais favoráveis as espiguetas afetadas apresentam coloração rosa-salmão intensas no caso da giberela”, explica.
A brusone é uma doença semelhante à giberela, comum nas lavouras de trigo do estado. Mas enquanto a giberela ataca os grãos de forma isolada, a brusone pode ocasionar a perda de todo o cacho, a última grande epidemia ocorreu em 2012 no Brasil. Além de reduzir diretamente o rendimento, os grãos infectados e seus derivados podem ser tóxicos, tanto para o ser humano quanto para animais, devido à presença de micotoxinas, substâncias tóxicas que podem ser produzidas pelo fungo, elevando as perdas em rendimento de grãos e em qualidade de sementes e de grãos.

“O aumento das chuvas na primavera é comum no sul do país, favorecendo essas moléstias, o que torna o uso de fungicida uma ferramenta importante para estabilizar a produção de grãos, porém esse ano as chuvas ocorreram no período mais crítico desde o início da floração e intensidade maior que ano anterior, isso aliado ao calor ou seja condições ideais para os patógenos na cultura. Já que a giberela é uma doença de clima quente e úmido, de modo que a umidade e a temperatura são os principais fatores que influenciam a ocorrência e a severidade de epidemias de giberela, sendo que a temperatura ótima para infecção situa-se entre 20 e 30 °C, fato que ocorreu no final do mês de setembro até meados do inicio de outubro (período crítico)”, afirma o diretor da Deagro.

De acordo com o engenheiro agrônomo, o controle depende essencialmente do manejo, começando pelo escalonamento da semeadura, o que evita que as plantas de trigo cheguem ao espigamento todas ao mesmo tempo ampliando os danos. O monitoramento da lavoura deve começar no espigamento, antes mesmo do florescimento, até a fase final de enchimento de grãos.
“Devemos ter sempre em mente que o controle de moléstias tem mais chances de sucesso quando associa-se procedimentos como tratamento de sementes (TS), semeadura na época indicada, adubação equilibrada, rotação de culturas, escolha adequada da cultivar e o tratamento da parte aérea com fungicidas. Vamos torcer para que as produtividades na região não tenham sido severamente atingidas como no noroeste gaúcho”, conclui.

 

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