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SindiTabaco desmente relação de suicídios com agroquímicos

"Nada do que já foi dito tem embasamento científico comprovado"



O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) emitiu comunicado desmentindo as afirmações de que haveria relação entre o uso de agroquímicos e o suicídio de agricultores. “As razões alegadas não estão de todo claras, e nada do que já foi dito tem embasamento científico comprovado”, afirmou o entidade.


Na semana passada, o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) afirmou que agricultores gaúchos lesados por desvios no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) cometeram suicídio por depressão, ao ficarem expostos a agrotóxicos usados nas lavouras de tabaco. O próprio político teve seu nome ligado ao escândalo de fraude, mas a investigação sobre sua participação no esquema foi arquivada por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na nota emitida à imprensa, o SindiTabaco esclarece que a cadeia de produção do tabaco não utiliza recursos advindos do Pronaf, e lamenta a forma “incongruente como estas questões referentes à relação de produtores com o Pronaf estão sendo atribuídas ao tabaco, setor organizado e recentemente reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio da chancela da Produção Integrada”.

“Dos 10 municípios com maior índice de tentativa de suicídios no Rio Grande do Sul, apenas três possuem grande produção de tabaco. São eles: Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e Canguçu. Lajeado, de acordo com a Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), possui apenas sete famílias produtoras. Os outros seis municípios, mais da metade deste ranking, não têm qualquer ligação com a produção de tabaco”, acrescenta a entidade.


“O tabaco brasileiro é o produto comercial agrícola que menos utiliza agrotóxico, o que pode ser comprovado pelas pesquisas realizadas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), em 2012, e da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), em 2007, com base em dados oficiais do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) e do IBGE”, completa o comunicado.

O SindiTabaco lembra que o Brasil é o segundo maior produtor e o primeiro no ranking mundial de exportações de tabaco em folha. “Esta liderança também está relacionada à produção sustentável do tabaco no País, com ações relacionadas à saúde e segurança do produtor, preservação do meio ambiente e proteção da criança e do adolescente”, explica.

“Pelas razões acima citadas, ratificamos que é necessário compreender a importância desta cadeia produtiva, que gera renda e emprego para milhares de cidadãos brasileiros e que não pode ter sua reputação desrespeitada”, conclui a nota.

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