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SEALBA, nova fronteira para a soja?


Amélio Dall’Agnol
SEALBA é o acrônimo para Sergipe, Alagoas e Bahia, região que está despontando como nova área com potencial para produzir soja. A região compreende 171 municípios: 69 em Sergipe (33,2% da área), 74 em Alagoas (36,1% da área) e 28 no Nordeste da Bahia (30,7% da área), totalizando 5,15 milhões de hectares, sendo 68% localizados no bioma de Mata Atlântica e 32% de Caatinga.  
Testes de adaptação da soja conduzidos pela Embrapa na região indicaram produtividades superiores à média nacional, e com a vantagem de a produção localizar-se próximo a portos marítimos (particularmente o porto de Aracaju), o que facilita o escoamento da produção com custos reduzidos de frete, visto que a distância média dos centros de produção da região, até o porto de Aracajú, é de 300 km. Essa menor distância resulta numa economia de, aproximadamente, R$ 10,00/saca de 60 kg, se comparada ao custo do transporte para percorrer os 1.200 km da soja produzida no oeste baiano até alcançar o mesmo porto ou aos cerca de 2.000 km que a soja produzida no Mato Grosso - principal estado produtor - percorre para alcançar o porto de Paranaguá-Pr - principal porto de escoamento da soja brasileira.
Além de menor custo de exportação, a soja produzida em SEALBA tem demanda local significativa, seja para atender as bacias leiteiras de Sergipe, Alagoas e Pernambuco ou para suprir com matéria prima proteica a indústria de carne de frango da região, cujo abastecimento atual está sendo providenciado, a um custo maior, pela soja produzida no oeste baiano ou no sul do Maranhão. Adicionalmente às vantagens supracitadas, considere-se os benefícios que a rotação da oleaginosa com os cultivos tradicionais da região (milho, principalmente) poderá trazer na melhoria da qualidade do solo e no combate às pragas e doenças dessas lavouras.
O cultivo da soja em SEALBA é favorecido, também, pelo melhor preço de mercado de uma produção realizada na entressafra das demais regiões produtoras do Brasil. Sua colheita (agosto/setembro), em boa medida coincide com o plantio na região central do país, o que poderá favorecer SEALBA como polo produtor de sementes para o Centro Oeste, visto que essa semente dispensaria o custo de longos períodos de armazenamento antes de sua utilização. Em contrapartida, o plantio da soja em SEALBA poderia realizar-se com sementes colhidas em fevereiro/março no Centro Oeste, igualmente dispensando longos períodos de armazenagem.
Apesar da aparente viabilidade do cultivo da soja em SEALBA, a cultura na região não está inserida no programa de Zoneamento de Risco Climático do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o que a impede de acessar os benefícios inerentes ao seguro agrícola e a empréstimos bancários, gargalo que se espera superado com os resultados de estudos sendo conduzidos pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, de Aracajú, Sergipe. 
A soja, além de ser a principal lavoura do Brasil, também constitui-se no principal produto da pauta de exportações do Brasil. É a cultura preferida dos agricultores brasileiros, representando cerca de 50% da área cultivada com cultivos anuais do País, razão pela qual, mais e mais áreas estão sendo incorporadas ao processo produtivo da oleaginosa. Quase todo o território brasileiro é apto para a produção de soja. Água é o fator limitante em algumas regiões e em certos períodos do ano.

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