Avanços na gestão ambiental passam por documentação
Além das palestras, cada painel contou com o testemunho de um produtor ligado ao Movimento Citeano
O Cadastro do Produtor Rural deve ser realizado até o dia cinco de maio e os produtores não devem esperar uma possível prorrogação. A recomendação é do consultor ambiental Ivo Lessa durante o Seminário Agronegócio em Debate, promovido pela Federação dos Clubes de Integração e Troca de Experiências . “Não temos notícias concretas de prorrogação do prazo. Por isso, fazer o CAR agora – especialmente para pequenos produtores - é a garantia de manter os benefícios de recuperação estabelecidos pelo PRA, Programa de Recuperação Ambiental”, afirma.
A gestão ambiental foi apenas um dos temas abordados no evento promovido em comemoração aos 40 anos do Movimento Citeano em São Francisco de Paula. Com uma temperatura de 2°C e sensação térmica negativa, mais de setenta produtores de várias regiões participaram da atualização durante toda a quinta-feira. Gestão de pessoas, fundiária e gestão da propriedade rural foram as outras temáticas abordadas por especialistas. Estes mesmos assuntos estarão presentes na segunda edição do Agronegócio em Debate que será realizado no dia 25 de maio das 9h às 16h, no CTG José Bonifácio Gomes, dentro do Parque da Fenarroz em Cachoeira do Sul.
O presidente da Federação dos Clubes de Integração e Troca de Experiências, Carlos Simm, afirma que a proposta foi levar em um único evento quatro temas relevantes para o produtor pensar a empresa rural de outra forma. “Dificilmente encontramos esta proposta focada em um único evento. Por isso quisemos provocar os participantes a refletir sobre a forma de gerir suas propriedades.”
Depoimentos
Além das palestras, cada painel contou com o testemunho de um produtor ligado ao Movimento Citeano. Nesta etapa foi possível perceber a diferença da troca de experiências para a evolução das propriedades. “A minha dúvida pode não ser a dúvida do meu vizinho. Eu posso ter uma solução para o problema dele, e o contrário também”, diz Enio Bassani Filho, do Cite 113 de Cambará do Sul. A propriedade dele aplicou processos de gestão em várias áreas e conseguiu evoluir, por exemplo, de 52% de prenhez para 85% em um ano.
Movimento Citeano
Cite é a sigla para Clubes de Integração e Troca de Experiências. A iniciativa surgiu no Rio Grande do Sul, nos anos de 1970, como forma de dinamizar a produção agropecuária. O Movimento Citeano nasceu com o objetivo de organizar grupos para a adoção de novas tecnologias, troca de experiências e até mesmo uso comum de máquinas e equipamentos, ações que têm como base os princípios do associativismo e cooperativismo.
Este conceito de Clubes de Integração e Troca de Experiências surgiu na França da década de 1940, após a Segunda Guerra, como forma de encontrar soluções para a reorganização do setor produtivo. Logo após a ideia se espalhou pela Europa e acabou vindo para a América Latina.
O Rio Grande do Sul conta com 127 Cites registrados, que reúnem 1,4 mil produtores.