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Brasília faz “ouvido mouco” diante do PR, critica Faep

Feijão preto dá prejuízo a produtores


Feijão preto dá prejuízo a produtores. Quem precisa vender agora, perde R$ 10 por saca.

A falta de apoio à comercialização de feijão, trigo e milho e o atraso no repasse de subvenção ao seguro rural levou a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) a um desagravo nesta terça-feira. Com a nota “Cadê os recursos para a agricultura do Paraná?”, a entidade a acusa o governo federal de simplesmente ignorar as reivindicações do estado.

“Mesmo o Paraná sendo o segundo produtor de grãos do país e fundamental para o abastecimento de alimentos, as autoridades de Brasília têm feito ouvidos moucos às solicitações [de apoio]“, aponta o documento. O presidente da Faep, Ágide Meneguette, argumenta que essa postura afeta outros setores. “Não são apenas os produtores que perdem pela ausência de medidas para a comercialização, é a própria economia do país.”

O feijão tem cotações abaixo dos preços mínimos desde maio, mas o apoio à comercialização se limitou a 3% da produção. Para o feijão de cor, que deveria estar em R$ 95 a saca, paga-se a partir de R$ 30, com média de R$ 49/sc. Para o preto, cujo mínimo é R$ 105/sc, o mercado oferece R$ 90/sc.

A queda no valor pago ao produtor de feijão provoca protestos no Oeste. Em Três Barras, o setor distribuiu 19 mil quilos do alimento gratuitamente à população alegando que os preços do mercado são insignificantes para sustentar a atividade. Dois terços dos R$ 70 milhões anunciados para escoar parte da produção e elevar cotações ainda não chegaram, aponta a Faep.

No caso do trigo, a colheita está na fase inicial e os preços caíram abaixo dos custos na semana passada e não há previsão de leilões públicos, previstos na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Se vendesse as 4 milhões de toneladas desta safra agora, o setor sairia no prejuízo, porque a cotação está em R$ 31,70/sc e o preço mínimo é de R$ 33,45/sc. Pelo menos 1,5 milhão necessitará de apoio, aponta a Faep.

O governo federal dá prioridade ao escoamento de milho do Centro-Oeste e do Nordeste. Também no Paraná o cereal está sob pressão e cada vez mais próximo do preço mínimo (R$ 17,67/sc). A Faep aponta que será necessário apoio para comercialização de 2 milhões de toneladas do cereal no estado, num momento em que o preço baixou a R$ 18,67/sc.

No caso do seguro, faltam R$ 300 milhões para o cumprimento do orçamento de R$ 700 milhões de 2014/15. E a questão é que o atraso na liberação dos recursos acontece justamente às vésperas do plantio de verão, aponta a Faep.

3,5 milhões

de toneladas de grãos do Paraná estão sujeitas a cotações abaixo dos custos enquanto os produtores aguardam que o governo federal acione programas da Política de Garantia de Preços Mínimos com foco no estado.

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