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Desafio é render no bolso

Produtividade vai surpreendendo e mostrando que com capricho e com chuva o cereal dá retorno


A produtividade do milho safrinha, em Mato Grosso, vai marcando a safra 2014/15 do cereal. O rendimento médio de mais de 110 sacas por hectare (sc/ha) registra máximas de até 125 sacas, graças ao bom volume de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras. Apesar do volume que deverá ser recorde no Estado, o produtor ainda luta contra a forte variação de preços, a alta dos custos de produção e em casos como o desse ano, de abundância de milho, contra a falta de armazéns para acondicionar a produção e, manter a qualidade dos grãos à espera de um momento favorável à comercialização. 

Como definiram os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o produtor mato-grossense se viu nas últimas semanas diante de um cenário emblemático. “Com os preços futuros em patamares elevados, sentiu-se confortável para negociar parte da sua produção. No entanto, como ainda é muito cedo, grande parte dos produtores ainda não fechou seus custos, e com o dólar se valorizando frente ao real, as tensões aumentaram quanto aos custos da próxima safra já que boa parte dos produtos são dolarizados”. Conforme o Imea, o custo ponderado somente com insumos até junho estava em R$ 1.271,66/ha na temporada 2015/16, sendo o maior desembolso das últimas safras, e o aumento observado em relação à safra 2014/15 é de 13,44%. Já a saca, teve o preço paridade (para exportação) para julho/16 encerrado na semana passada com variação negativa de 6,67%, atingindo R$ 17,66/sc. A queda só não foi maior devido à valorização do dólar frente ao real. Na semana anterior, o preço paridade para julho/16 era de R$ 18,92. O dólar fechou com variação positiva de 2,86%. 

“Com isso, a questão-chave para o produtor do Estado, assim como nas últimas safras, é saber o momento certo de vender seu milho, e como o preço é uma variável de difícil previsão, ir liquidando sua produção em partes se torna uma das estratégias mais seguras”, aconselham os analistas, até porque de forma gradativa é possível aproveitar os picos de mercado. 

SACAS - O bom volume de chuvas que ocorreu durante o desenvolvimento do cereal foi a grande razão para que os números de produtividade nesta safra fossem animadores. A região oeste, que está com 52,53% de sua área já colhida, registrou média de produtividade máxima em torno de 125 sc/ha, a mais alta do Estado. “A ocorrência de alto rendimento nos campos na atual safra mostra a capacidade das lavouras do Estado em gerar boas produtividades para os agricultores. No entanto, ainda há casos pontuais de média de produtividade mínima de 60 sc/ha, principalmente em regiões de abertura de área e aonde o investimento em fertilizantes e sementes é considerado menor”. Mesmo com produtividades abaixo da média, os analistas reforçam que o Estado tem potencial para tornar constantes essas produtividades elevadas, e não apenas "pontos fora da curva" favorecidos por eventos pontuais como ocorridos nesta safra, que foi o bom e constante volume de chuvas. 

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