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Especialistas dos EUA conhecem produção de hortaliças com alta tecnologia, em Goiás

Fazenda Wehrmann é referência em cultivo de batata, alho, cenoura, cebola, além de semente de soja e milho


Fazenda Wehrmann é referência em cultivo de batata, alho, cenoura, cebola, além de semente de soja e milho

A continuação do 2º Diálogo Agrícola: Brasil – Estados Unidos, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USA), aconteceu nessa quinta-feira (20/10), durante visita à fazenda Wehrmann, em Cristalina, (GO). Brasileiros e americanos participaram de um dia de campo em uma das maiores produtoras de hortaliças do estado. “O objetivo da visita foi fazer um intercâmbio de conhecimento e compartilhar a realidade dos produtores rurais brasileiros no campo”, disse o assessor técnico da Superintendência de Relações Internacionais da CNA, Pedro Henriques Pereira. 

Com 10 mil hectares destinados à produção, a fazenda Wehrmann é referência em cultivo de batata, alho, cenoura, cebola, além de semente de soja e milho. Dentre os recursos em tecnologia investidos na propriedade estão duas represas, formadas por nascentes e córregos, que abastecem os 42 pivôs de irrigação. “Os 3 mil hectares de hortaliças são irrigados. É um investimento que vale a pena, já que aumenta a rentabilidade e produtividade e diminui os impactos causados pela seca”, afirmou o gerente geral do Projeto HF (Hortaliças) da Wehrmann, Rodrigo Ribeiro.

De acordo com o professor honorário da Universidade Estadual do Kansas (KSU), Dr. Charles W. Rice, a tecnologia de irrigação por pivô também é típica no estado do Kansas (EUA), mas a disponibilidade hídrica é menor do que a do Brasil. “Percebi muitas semelhanças entre as produções dos dois países. Com relação ao pivô, a diferença é que preferimos colocar o bico mais perto do solo, para diminuir o índice de evaporação da água. Assim como a Wehrmann, também usamos os sensores no solo para monitorar a situação hídrica e saber a quantidade ideal de água a cultura precisa”, explicou Rice. 

Durante o dia de campo, os visitantes acompanharam de perto a colheita de batatas, que nesta safra utilizou 1,5 mil hectares de área plantada. “Fiquei impressionado com a mão de obra mecanizada. A propriedade faz uso de duas máquinas diferentes, uma menor e uma maior, para diminuir o tempo de colheita das batatas. Eles estão no caminho certo: cultivando com inteligência”, revelou o professor.

Depois de conhecer a realidade do campo, o grupo visitou as câmaras de beneficiamento das batatas, onde elas passam pelo processo de lavagem, secagem, pesagem, classificação por tamanho, ensacamento, para enfim, serem transportadas e vendidas para todo o país em distâncias de até 3 mil quilômetros.  A produção de alho também chamou a atenção. Segundo Rodrigo Ribeiro, essa é uma das culturas que mais utiliza processo manual: no plantio, colheita, classificação de qualidade, limpeza e até encaixotamento. 

Para a Diretora Sênior da American Farm Bureau Federation (AFBF), Mary Kay Thatcher, a troca de informações entre os dois países é fundamental para conhecer as semelhanças e disparidades do setor agropecuário. “Tenho certeza que muitos agricultores do meu país ficariam com inveja em saber que os brasileiros conseguem cultivar tantas culturas em vários locais. É claro que o clima tropical proporciona isso, mas a dedicação e capacitação técnica desses produtores também influenciam para que o país seja destaque nesse setor”, afirmou Mary Kay.

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