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Estiagem: perdas na agropecuária capixaba já chegam a R$ 1,7 bilhão

Cafeicultura, pecuária de leite e fruticultura amargam as piores perdas


A agropecuária capixaba já projeta para 2015 um prejuízo de aproximadamente R$ 1,7 bilhão, tendo como base a produção e o faturamento dos produtores rurais no ano de 2014. Cafeicultura, pecuária de leite e fruticultura amargam as piores perdas. Os números atualizados sobre os impactos da estiagem prolongada no setor agropecuário do Espírito Santo foram divulgados na manhã desta sexta-feira (27.02) pelo secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, que detalhou também uma série de ações que o Governo Estadual vem desenvolvendo e planejando para enfrentar os impactos da seca.
 
A apresentação do secretário ocorreu durante encontro, em Vitória, promovido pela Federação da Agricultura do Espírito Santo, que reuniu prefeitos e lideranças de municípios afetados pela seca, representantes de entidades do setor agropecuário e de instituições de crédito rural e autoridades estaduais e federais. “Estamos compartilhando as informações com a sociedade e buscando soluções de curto, médio e longo prazo para enfrentar esse grave momento que estamos vivendo”, afirmou o secretário.
 
Perdas
 
O relatório apresentado pelo secretário Octaciano Neto foi feito com base em levantamentos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que está presente nos 78 municípios capixabas. De acordo com o relatório, somente na cafeicultura as perdas já chegam à casa de R$ 1 bilhão, uma redução de 33% na produção. Os prejuízos na fruticultura ultrapassam os R$ 300 milhões - 30% a menos na produção-, e na pecuária de leite R$ 150 milhões - queda de 31% na produção.
 
As culturas do feijão e do milho já apresentam uma redução de 50% e 56% na produção, respectivamente. Na olericultura, as perdas alcançam 36% da produção e a cana-de-açúcar registra uma produção 33% menor do que em 2014. Vale lembrar que em relação ao último levantamento divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura, em janeiro, as perdas já aumentaram aproximadamente R$ 400 milhões. Trinta e cinco municípios capixabas já declararam situação de emergência.
 
Estiagem
 

O Espírito Santo vive uma das piores secas de sua história. Durante o encontro desta sexta (27), o secretário de Agricultura também fez uma breve explanação sobre a estiagem enfrentada pelos capixabas e apresentou dados que revelam a gravidade do problema. O mês de janeiro, por exemplo, foi o mais seco da história do Estado desde que tiveram início as medições, em 1931. O nível dos reservatórios capixabas está, em média, com apenas 49% da capacidade.
 
A expectativa é que as chuvas em março fiquem ligeiramente acima da média histórica em algumas regiões e que em abril chova dentro da média. Mesmo com a expectativa de que as chuvas ocorram dentro do padrão climatológico esperado, o secretário de Agricultura ressalta que a deficiência hídrica acumulada entre 2014 e o início de 2015 não será compensada.
 
“A Região Sudeste está vivendo uma das maiores crises hídricas de sua história. O Espírito Santo registra a pior seca dos últimos 40 anos. Todos os setores da sociedade estão sendo afetados pelo problema, mas a situação do setor agropecuário capixaba é muito difícil. Em dezembro de 2013 estávamos sofrendo com o excesso de chuvas. Agora, poucos meses depois, enfrentamos um grave cenário de escassez de água”, pontuou Octaciano Neto.
 
Ações do Governo
 
O secretário destacou que o Governo já adotou algumas ações de enfrentamento da seca, como a implantação do Comitê Hídrico Governamental; a mobilização dos usuários das bacias hidrográficas; a declaração de cenário de alerta; a suspensão da emissão de autorizações para a queima controlada, a liberação do abate de vacas no terço final de gestação e a gestão para que as dívidas do crédito rural que estão vencendo no primeiro semestre sejam prorrogadas pelas instituições financeiras.
 
“Também estamos validando as decisões de construir 60 barragens de uso coletivo e intensificamos nossa parceria com a Agência Nacional das Águas. O Governo está trabalhando na formulação de uma política de segurança hídrica que contempla ações em quatro dimensões: ampliação da cobertura vegetal, reservação de água, manejo e planejamento”, revelou o secretário.

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