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Goiás tem perdas irreversíveis, aponta cooperativa Comigo


com Reuters

Um prolongado período sem chuvas provoca a segunda safra consecutiva com perdas de produtividade no Sudoeste de Goiás, principal polo agrícola do quarto maior estado produtor de grãos do país. A informação é do presidente da maior cooperativa da região, a Comigo, Antonio Chavaglia.

“Estamos com mais de 30 dias sem chuvas na região. Vai haver uma perda bastante expressiva. A gente não pode ainda medir, se vai ser 15% ou 30%, ou mais, porque não se sabe que dia vai chover”, disse. A margem menor seria inevitável.

A projeção mais recente do Ministério da Agricultura, que ainda não leva em conta os efeitos da seca de janeiro no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil, aponta para uma produção de 9,9 milhões de toneladas de soja em Goiás na atual temporada 2014/15, alta de 10% ante 2013/14.

Chavaglia destacou que as perdas na região de Rio Verde, sede da Comigo, têm sido bastante variadas: existem lavouras que estão há 30 dias sem chuvas e outras, isoladas, que registraram chuvas há uma semana. “Tem lavoura afetada em mais de 20% e lavoura que ainda não foi afetada… Nas terras mais arenosas, onde o produtor ainda insiste em plantar, apesar de a gente aconselhar a não plantar, tem perda de 50%”, disse o executivo.

A colheita está nos 5% iniciais. Quando os trabalhos se intensificarem, em fevereiro, a avaliação de perdas será mais precisa.

Em 2013/14, o Sudoeste de Goiás também sofreu com falta de chuvas em fases cruciais de desenvolvimento das plantações. A Comigo recebeu 1,5 milhão de toneladas de soja em 2013/14 e projetava 1,7 milhão de toneladas em 2014/15, mas a previsão pode não se confirmar.

“Agora a gente não sabe o que vai receber”, disse Chavaglia. O solo seco atualmente também pode afetar a segunda safra de milho, que é plantada logo após a colheita da soja.

“O solo está super seco. O pessoal está muito cauteloso no plantio de milho”, disse o presidente da Comigo, ressaltando que a área destinada ao cereal pode ser reduzida na região.

O alívio para as lavouras do Centro-Oeste está chegando, com uma frente fria que rompeu o bloqueio atmosférico estacionado na região desde o começo janeiro e que provocará chuvas generalizadas, segundo meteorologistas. Especialistas alertam, no entanto, que danos na soja causados por mais de 15 dias sem chuva podem ser apenas estabilizados, mas não revertidos.

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