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MST protesta contra corte no orçamento para reforma agrária e ocupa ministério

Manifestantes protestam contra os cortes orçamentários e o reajuste fiscal anunciados recentemente pelo governo


Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) continuam ocupando o andar térreo do prédio principal do Ministério da Fazenda, em Brasília. Eles chegaram ao local às 5h20 da manhã. Com bandeiras do movimento e faixas pedindo urgência na reforma agrária e a saída do ministro Joaquim Levy, os manifestantes protestam contra os cortes orçamentários e o reajuste fiscal anunciados recentemente pelo governo.

"Viemos aqui criticar e nos mobilizar contra a política econômica do governo de uma maneira geral, que tem atingido, através do reajuste fiscal, os trabalhadores e trabalhadoras e também o Orçamento, no que diz respeito à reforma agrária", disse Kelli Mafort, da Coordenação Nacional do MST.

Os funcionários do ministério estão impedidos de entrar no prédio e, do lado de fora, manifestantes montaram um acampamento com barracas. Segundo a coordenação do movimento, cerca de 2 mil pessoas de diferentes partes do país estão no local. Já a Polícia Militar estima o número em 700.

Ela explica que, atualmente, cerca de 100 mil famílias ligadas ao MST aguardam a reforma agrária em acampamentos por todo o país e que o ajuste fiscal representou um corte de 50% no orçamento destinado a este fim, que era R$ 3,5 bilhões. "Temos hoje, no Ministério do Desenvolvimento Agrário, R$ 1,8 bilhão para a reforma agrária. Esse número é irrisório diante da necessidade", disse.

Os manifestantes afirmam que ficarão no local, até que haja uma sinalização do governo. "É muito mais uma questão central do governo para, de fato, mexer na política econômica para que isso atinja também a política de reforma agrária, do que simplesmente uma negociação com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] ou o Ministério do Desenvolvimento Agrário", ressaltou Kelli. Ela conta que foram feitas reuniões anteriormente, mas que as negociações não resultarem em conquistas concretas.

A manifestação em Brasília faz parte de uma ação nacional e, segundo a coordenação do movimento, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e outros estados também estão mobilizados. Até o momento, o Ministério da Fazenda não se manifestou sobre a ocupação.

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