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MT: menos chuva, menor área

Sem chuvas, semeadura segue em ritmo lento por todo Mato Grosso


A semeadura da nova safra de soja em Mato Grosso, o ciclo 2015/16, mal começou a ser desenhado nos campos e já vai acumulando atraso em ‘dose dupla’, como chama à atenção o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), por meio da publicação semanal Boletim da Soja, divulgado ontem. Conforme os analistas do órgão, a nova safra acumula baixos índices pluviométricos e por isso o início dos trabalhos atrasaram e pouca área está semeada até o momento. 

Como explicam, o baixo volume pluviométrico registrado nas principais regiões produtoras de soja do Estado tem sido fator preponderante para que a semeadura atrase “nesses dois sentidos, primeiro, o início se deu com uma semana de atraso em relação as duas safras anteriores, e segundo, considerando a área plantada nos primeiros dias de outubro, a área semeada no ano passado, por exemplo, era de 408,6 mil hectares e agora 153,7 mil hectares”. 

Os analistas destacam ainda que a pluviosidade média no Estado durante o mês de setembro deste ano foi a menor se comparada a dos dois anos anteriores, “o que fundamenta o atual atraso na semeadura desta nova safra”, argumentam. 

O Boletim da Soja destaca ainda que as previsões para as próximas semanas deste mês não são nada animadoras até o momento, “para produtores de nenhuma região do Estado”. 

Os analistas aconselham: “O momento é de cautela para que se evite ter o retrabalho de semear novamente a mesma área, cujo desdobramento pode ser o aumento de custos e o encolhimento das margens de lucro”, já que a safra 2015/16 tem o maior custo de produção da história de Mato Grosso, em cerca de R$ 3 mil por hectare e a rentabilidade totalmente atrelada à volatilidade do dólar. 

MAIS ATENÇÃO - O início do novo ciclo marca também a entrega dos insumos e a prestação dos serviços envolvidos no processo produtivo. Por isso, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) alerta aos produtores rurais para que todas as transações sejam formalizadas por meio de contratos. 

A celebração de contratos é essencial para dirimir dúvidas e resguardar as partes de eventuais problemas no futuro, como explica o vice-presidente da Aprosoja/MT na região oeste, Adolfo Petry. “A formalização de uma negociação, seja de compra ou venda, é sempre importante, pois oficializa quais são as responsabilidades e eventuais penalidades caso algo ocorra diferente do que foi pactuado. O recado é claro e objetivo: formalize e documente suas operações, além, é claro, de trabalhar com empresas de boa reputação”, pontua. 

Neste período, Petry chama atenção para as reclamações relacionadas às compra de sementes. “Um produtor compra as variedades A, B e/ou C de determinada peneira, por exemplo. Mas, na hora da entrega, não recebe aquela peneira ou a variedade escolhida. Para evitar o risco de ficar sem semente, algumas vezes o produtor acaba aceitando um produto diferente do comprado. Porém, caso tivesse formalizado um contrato de compra, estabelecendo multas, penalidades e já definindo quais possíveis variedades/peneiras poderiam substituir, a conversa seria diferente e mais justa para o produtor”, afirma. 

Além dos transtornos por um produto não solicitado, o diretor ainda explica que a ausência de contratos pode pesar no bolso do produtor rural. “É claro que a falta de formalização pode trazer prejuízos, pois inúmeras vezes o produtor assina o pedido, que nem sempre é assinado pela empresa vendedora, faz o pagamento e assume o risco de não receber o produto ou receber diferente do que foi negociado. É importante formalizar. A formalização protege também a outra parte, por exemplo, na prestação de serviços. Determina claramente a responsabilidade das partes, a forma e a data do pagamento. Enfim, a formalização especifica penalidades, prevê regras, protege as duas partes, traz transparência e seriedade para as negociações. É a forma de reduzir os riscos”. 

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