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MT: Tempo seco afeta rendimento do milho

Chuvas dos últimos dias podem não ser mais suficientes para reverter situação de lavouras


O fator climático volta a preocupar o produtor mato-grossense que agora está com a safrinha de milho em pleno desenvolvimento. Até a semana passada, a falta de chuvas no Estado já estava dando sinais claros de interferência no rendimento das plantas por hectare plantado, a chamada produtividade. Mesmo que de forma parcial, o diagnóstico de perda de produtividade, é uma realidade verificada em propriedades de várias regiões do Estado que já começam a contabilizar perdas e criar estratégias, casos elas venham a se consolidar a partir do final de maio, quando algumas regiões dão início à colheita.

As primeiras informações a campo, do que poderá ser o saldo da safra de milho 2016, estão sendo levantadas nessa semana durante a terceira edição do Circuito Tecnológico Etapa Milho, que cumpre hoje sua última etapa de visitas. O Circuito é uma parceria entre a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Embrapa. A expectativa em Mato Grosso é colher 19,97 milhões de toneladas, o que se confirmado será 5,8% inferior à oferta do ciclo 2015.

De acordo com o produtor e delegado da Aprosoja/MT, em Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá), Fernando Ferri, mesmo que a estiagem ceda um pouco, como se observou no início dessa semana, a grosso modo, as lavouras já estão prejudicadas. “Vendi milho antecipadamente planejando uma produção de 96 sacas por hectare e, pelo que está se apresentando, caso chova durante as próximas semanas, devo conseguir até 85 sacas por hectare. Aqui na região a chuva não caía desde o dia 23 de março”, explica.

O produtor ainda lembra que plantou o milho na janela ideal – até o dia 25 de fevereiro - porém, clima segue sendo fator determinante e imprevisível, como foi na safra 2015/16 de soja, cuja colheita foi finalizada há poucos dias no Estado. “No ano passado, foram 110 sacas por hectare e, no ano retrasado, 120. Com esse cenário, terei que renegociar as vendas, pois o que devo colher não será suficiente para cumprir os contratos”, completa.

FITOSSANIDADE – Do ponto de vista técnico, um fator recorrente nas lavouras visitadas pelas equipes da Aprosoja/MT é opção por de milho de baixa ou média tecnologia. “Os produtores estão optando em investir menos na tecnologia para o milho de segunda safra, devido ao seu custo/benefício. O exemplo pode ser visto na compra de sementes, onde se tem acompanhado que tecnologias embarcadas têm demonstrado redução na sua eficiência. Ou seja, sementes caras necessitando de aplicações com inseticidas para combate às lagartas, o que não deveria ocorrer”, explica o diretor técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas. A falta de chuvas tem ampliado a incidência de lagartas (cartucho e Helicoverpa), lesmas e percevejos.

Até o dia 26 de abril foram visitados Rondonópolis, Itiquira, Diamantino, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum, Sorriso, Brasilândia, Água Boa e Canarana, totalizando 3.132 quilômetros rodados.  

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