CI

MT quer percentual maior de área de refúgio

Para atender às necessidades da agricultura local, os limites devem chegar até 50%



Entidades acreditam que para atender às necessidades da agricultura local, os limites devem chegar até 50%

Autoridades sanitárias, representantes de entidades diretamente ligadas ao agronegócio mato-grossense e pesquisadores, acreditam que a normatização das áreas de refúgio para cultivares portadoras do gene Bt, devem ter outros percentuais no Estado, chegando até 50%. A sugestão para a normatização, que se difere daquela que está em processo de finalização pelo Ministério da Agricultura, atenderia as reais necessidades da agricultura de Mato Grosso, considerando que a perda de eficiência de algumas tecnologias Bt está constatada no Estado, bem como a evolução de algumas pragas, como a lagarta Spodoptera, mais conhecida como lagarta-do-cartucho.

De acordo com uma das deliberações feita na última segunda-feira, durante uma reunião realizada pela Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, em Mato Grosso (CDSV/Mapa), na sede da Superintendência Federal de Agricultura (SFA), em Várzea Grande (MT), foi proposto que o Estado tenha percentuais diferenciados de áreas de refúgio, ou, escape, sendo de 20% para as culturas de milho e algodão e de 50% para a soja, é claro, quando a variedade semeada for transgênica. Conforme os presentes, a normatização diferenciada viria em forma de Instrução Normativa editada pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT). “Temos de pensar em nível estadual, pensar de forma estratégica e sermos mais restritivos que o resto do país. Temos lagartas resistentes no ambiente e isso avaliza nossa necessidade de áreas de proteção maiores”, argumenta o coordenador da CDSV, Wanderlei Dias Guerra. Conforme a Comissão, o Estado pode escolher como vai regulamentar a questão. Mesmo com uma proposta pronta para as áreas de refúgio em Mato Grosso, a Comissão vai aguardar pela edição da normativa federal para então, se for o caso, editar sua própria regulamentação.

Ainda entre os argumentos que sustentam a necessidade de percentuais diferenciados ao Estado está no fato de que, conforme membros da CDSV, a regulamentação federal segue o que foi sugerido pelas empresas que detêm a biotecnologia, que é uma área de 20%, sem considerar peculiaridades locais e até mesmo das culturas.

Representantes de associações de produtores e empresas de biotecnologia vão se reunir no Mapa para documentar o processo de elaboração da norma para as áreas de refúgio. Aproximadamente 90% do documento que regulamenta o refúgio já está concluído.

REFÚGIO - O refúgio se faz necessário para manter a população de pragas sensíveis à toxina Bt (inseticidas), visando à durabilidade da tecnologia. A área de refúgio é aquela em que a praga-alvo irá sobreviver e reproduzir-se sem a exposição à toxina Bt, em áreas de cultivos convencionais. Os insetos oriundos dessa área poderão se acasalar com os insetos sobreviventes das áreas Bt, possibilitando a manutenção da suscetibilidade à toxina. Sem o uso do escape, está havendo a resistência das lagartas e o Bt perdendo sua eficiência, obrigando a mais aplicações de defensivos nas lavouras.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.