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Produção cacaueira no Brasil tem boas perspectivas

Cacau brasileiro está ganhando fama no mundo


Desde que o sul da Bahia, principal região cacaueira do Brasil, foi atingido por uma crise em decorrência da vassoura-de-bruxa, que teve seu auge entre os anos de 1999 e 2000, a produção tenta se recuperar. “A situação está melhorando, pois grande parte dos produtores já está negociando seus débitos que acumularam com o advento da doença, e poderão ter acesso a novos recursos financeiros para aplicarem nas lavouras”, afirma Manfred Willy Müller, coordenador geral técnico científico da Ceplac – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira.

Foi no período da vassoura-de-bruxa que o Brasil passou de uma situação de exportador para importador de cacau, comprando principalmente da Indonésia e da Costa do Marfim. No ano de 2009, o país importou 60.000 toneladas de amêndoas para abastecer o parque moageiro interno. “Contudo, levando em conta a produção de 2010 que foi de 240.000 toneladas e um ligeiro acréscimo para a produção de 2011, talvez o Brasil não precise importar praticamente nada nesta colheita” explica Müller.

Hoje, o Brasil só exporta cacau para alguns nichos de mercado para produção de chocolates especiais e de alta qualidade, como orgânico, silvestre, cacau prêmio, dentre outros. “É pouco, mas o cacau brasileiro está ganhando fama no mundo”, comemora Müller. Prova disso é que na última edição de um dos mais importantes eventos mundiais de chocolate, que acontece em Paris, o cacau brasileiro foi premiado em diversas classificações.

O coordenador da Ceplac acredita que as perspectivas para a cultura no país são boas. Para Müller, o caminho para o Brasil se tornar autossuficente é o desenvolvimento de um programa sustentável para regiões cacaueiras, priorizando a melhoria da produtividade nas áreas já estabelecidas e expansão nas áreas aptas ao cultivo. Ele aponta a descapitalização do produtor como o principal entrave para o desenvolvimento da produção, o que acaba dificultando o manejo correto da plantação.

A atual crise política na Costa do Marfim, principal produtor mundial, impulsionou o aumento dos preços nos mercados mundiais, que estão em torno de U$ 3.700,00/ton. Os estoques mundiais nos anos de 2009 e 2010 representaram 45% da produção global, ou seja, 1.640.000 toneladas.

Para garantir a continuidade desse cenário de boas perspectivas, o controle da vassoura-de-bruxa continua sendo realizado através de vários métodos, entre eles, o cultural, o químico e o biológico.

A Ceplac, por meio de seu Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec), vem desenvolvendo pesquisas de mapeamento genético. No momento, como explica Müller, os pesquisadores trabalham com vários cruzamentos para identificar os genes de resistências às diversas doenças e outros caracteres de interesse, como a qualidade e produtividade. O órgão também está desenvolvendo a comparação entre plantas sadias e doentes para identificar os genes que estão envolvidos na expressão da doença.

A Ceplac recomenda ao produtor uma relação de 39 clones tolerantes à vassoura-de-bruxa e de boa produtividade, sendo 14 destes de excelência.

Neste Dia do Cacau, comemorado em 26 de março, o Agrolink parabeniza todos os profissionais dedicados ao desenvolvimento da cultura cacaueira.

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