Produtores usam silo-bolsa para contornar déficit de armazenagem no Brasil

Para contornar um déficit de aproximadamente 40,47 milhões de toneladas em armazenamento, os produtores brasileiros apostam cada vez mais no silo-bolsa como alternativa para manter o produto em suas próprias terras. Além de eliminar custos, essa opção permite estocar grãos e esperar o melhor momento e preço para negociar. 

“Pelo custo do armazém optamos pelo silo-bolsa. Estimamos que o nosso custo diminuiu até 30 centavos por saca de milho produzida", avalia Evandro Graeff, que planta três mil hectares de soja e milho safrinha no município de Sapezal, no Mato Grosso. 

José Antônio Zancanelo, que planta 1,7 mil hectares de soja no município de Uberlândia, em Minas Gerais, destaca as vantagens nas negociações com os compradores do grão: “Isso nos ajuda na negociação, vendemos quando queremos, quando o preço está bom. Se o mercado está bom conseguimos até uma média de 15% a mais", avalia. 

Do Maranhão, João Batista Mariano Carneiro, que planta mil hectares de milho no município de Imperatriz, explica que o sistema dá maior qualidade ao produto, o que impacta também na rentabilidade. "A vantagem é que ganhamos no frete, temos segurança e mantemos a qualidade do grão, além do custo mais acessível. Armazenar com qualidade e com menor custo já nos ajuda a fechar a conta", avalia.

Com o crescimento dessa alternativa, começaram a surgir empresas especializadas em equipamentos para dar segurança e facilidade no transporte e operação. Uma delas é a Marcher Brasil, que produz em máquinas para armazenagem móvel. A companhia foi reconhecida no último prêmio Gerdau Melhores da Terra, que é resultado de avaliação direta dos usuários. “É o prêmio máximo da agricultura nacional e um reconhecimento dos nossos clientes, que experimentaram a nossa solução”, explica a diretora-geral da empresa, Leticia Rechden.