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Rentabilidade da canola estimula expansão da cultura na região do Cerrado

oferece estão o dobro da produção de óleo em comparação


Cultivada há cerca de 40 anos no Rio Grande do Sul, a canola tem se expandido nos últimos dois anos para as regiões do Cerrado. Entre os benefícios que a oleaginosa oferece estão o dobro da produção de óleo em comparação com a soja, a opção de segunda safra, o preço de comercialização e o benefício para o solo.

Para auxiliar os produtores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, com orientações sobre o manejo, treinamentos e dias de campo, o Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) criou, em março deste ano, um Grupo de Estudos e Pesquisas em Canola (Gepc).

Gepc

A coordenadora do Gepc, professora Flávia Nery, disse que a canola é uma oleaginosa característica do clima temperado que tem se adaptado à região do Cerrado devido às noites mais amenas nas altitudes acima de 600 metros. “A principal vantagem na utilização da canola se deve a sua adequação no sistema de rotação de culturas, em segunda safra, alternando soja, milho e outras culturas da primeira safra.”

Ela afirmou que a rentabilidade do grão é um estímulo à expansão da cultura, porque o seu preço de comercialização é atrelado ao mercado da soja. De acordo com a coordenadora, o óleo de canola contém ômega 3, 6 e 9 na proporção ideal para a saúde humana.

O primeiro trabalho desenvolvido pelo grupo foi um diagnóstico da produção da oleaginosa na região. Flávia Nery disse que foram identificados 22 produtores de canola em dez municípios da região, com área total de dois mil hectares, estimada a partir da comercialização de sementes.

Gepc identificou produtores da oleaginosa na região

A partir do diagnóstico realizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Canola (Gepc) do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), 11 produtores entrevistados confirmaram os benefícios da canola como opção de rotação de cultura na segunda safra e comercialização do grão.

Em relação aos problemas, os agricultores disseram ter dificuldade com a operação da semeadura, ofertas de sementes de variedades adaptadas e pragas como o pulgão e a mistura com o nabo-forrageiro.

A coordenadora do Gepc, professora Flávia Nery, disse também que os produtores sentiram falta de informação sobre a cultura e de profissionais com experiência no manejo do grão. “Estamos planejando oferecer um curso sobre a canola aos produtores em data a definir.”

José Luiz Balardin, que tem uma propriedade no município de Sacramento, disse que plantou canola na última safra em uma área de 30 hectares e colheu 17 sacas por hectare. “A canola se tornou uma opção ao milho que está com o preço baixo”, afirmou. Ele lembrou que a oleaginosa também beneficia o solo.
 



Zoneamento ajudará na obtenção de crédito agrícola

Um zoneamento agroclimático da cultura de canola para as novas regiões produtoras, como as do Cerrado, está sendo desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em canola (Gepc) do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). De acordo com a coordenadora do grupo, professora Flávia Nery, este zoneamento vai permitir ao produtor rural o acesso ao crédito agrícola e ao seguro rural.

A professora disse que a previsão é que o zoneamento fique pronto até o início da próxima safrinha, que deve ocorrer em fevereiro. Na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, as altitudes vão de 741 m em Monte Alegre de Minas até 1.246 m na Serra do Salitre.

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