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Usina da Mata planeja expansão na geração de bioenergia e etanol 2G

Projeto recebe investimentos que superam R$ 140 milhões



Na contramão da crise no setor sucroenergético, projeto recebe investimentos que superam R$ 140 milhões, com foco no aumento da capacidade produtiva e enfardamento de palha

Em uma região paulista dotada de 19 unidades do setor num raio de 70 km, a Usina da Mata, localizada em Valparaíso, a 505 quilômetros de São Paulo, procura driblar a crise através de aumento na capacidade produtiva e exploração dos subprodutos da cana.

Os focos principais são a bioenergia e - em um segundo momento - etanol de segunda geração. Para tanto, está em andamento um aporte de R$ 140 milhões e, posteriormente, outros R$ 5 milhões com o objetivo de atingir a moagem de quatro milhões de toneladas de cana na safra 2016/2017.

"Só tem uma forma de driblar a crise: ganhando em eficiência. Tenho que aumentar em produtividade porque o mercado eu não domino", conta o superintendente da usina, Newton Chucri. Mesmo com as adversidades, o empreendimento vem de uma crescente em moagem, que deve ficar em torno de 2,75 milhões de toneladas no período de 2014/2015.

O advogado, que no decorrer de 18 anos de atuação na área agrícola virou usineiro, acredita que o setor tem sido represado pela gasolina.

"É o governo quem dita as regras", lamenta. Entretanto, mesmo sem se distanciar muito de uma divisão igualitária, a Usina da Mata está destinando 55% da matéria-prima para a produção do biocombustível na safra atual.

Para 2014, Chucri estima que sejam produzidas entre 170 e 176 mil de toneladas de açúcar e 35 milhões de litros de etanol. Toda a produção açucareira vai para o mercado externo, entre países asiáticos e do Oriente Médio, como os chineses e árabes. O refinamento é feito no país comprador. Já o etanol tem 100% da produção direcionada para a demanda doméstica.

Energia

A Usina ainda gera bioenergia através do bagaço da cana e exporta 20 megawatts/ hora para a rede. Após a moagem da cana, cerca de 40 mil toneladas de bagaço ficam em montes remanescentes ao lado da usina, volume suficiente para mais 30 dias de cogeração energética após o fim da safra. Trabalhadores da unidade contam que mesmo que chova o produto pode ser utilizado, a menos que o montante permaneça seis meses sem uso.

"A energia gerada pelo bagaço da cana é suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 20 mil habitantes, do tamanho de Guararapes. Para ter uma ideia, Valparaíso tem 18 mil habitantes", explica o superintendente.

Inovação

O foco dos próximos investimentos, obtidos através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo Programa de Sustentação de Investimento (PSI), está na expansão da capacidade industrial como um todo, na compra de mais uma caldeira, um turbo gerador e uma moenda.

"Estou expandindo minha produção de açúcar e etanol, já que vou fazer isso parte da estratégia é gastar tudo de uma vez só" afirmou Chucri. "Pensar em começar a produzir etanol de segunda geração em um segundo momento e aumentar a cogeração de energia, recolhendo a palha que deixamos no campo", afirma o superintendente.

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