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Uso de vitamina B na terminação de bovinos de corte melhora índices produtivos e econômicos

Suplemento protegido da degradação ruminal contribui para melhorar o consumo e a adaptação às dietas de alto concentrado


Suplemento protegido da degradação ruminal contribui para melhorar o consumo e a adaptação às dietas de alto concentrado

Com foco na melhora da eficiência do organismo em bovinos de corte, o uso de vitamina B, protegida da degradação ruminal, pode trazer resultados positivos ao produtor. Inserir o suplemento na dieta faz com que o metabolismo do fígado bovino atue de forma mais eficiente durante as fases de adaptação às dietas de alto concentrado e na terminação em confinamento convencional ou confinamento expresso. O resultado são animais com melhor desempenho e consequentemente maior lucratividade ao pecuarista, o que reduz a porcentagem de animais que seriam refugos de cocho. 

A constatação é da zootecnista e doutora em produção animal, Josiane Lage, que atua como Supervisora de P&D em Bovinos de Corte na Bellman / Trouw Nutrition. “O uso da vitamina B pode ser uma alternativa àqueles produtores que utilizam dietas ricas em concentrado (acima de 80%), dietas com silagem de milho grão úmido, milho reidratado e milho floculado. Ou seja, em dietas de alta digestibilidade que demandam um metabolismo mais ativo no fígado do animal”, explica a especialista. 

Um dos benefícios é a redução da porcentagem de animais considerados “refugos de cocho”, pois a vitamina B protegida da degradação ruminal melhora a eficiência do sistema com retorno econômico positivo dentro da fazenda. “Embora os bovinos possam acumular reservas nutricionais de vitaminas A, D e E, o estoque de vitamina B é limitado. Ela não é estocada em quantidade substancial e pode se tornar insuficiente se o consumo de alimento está baixo e a exigência do animal está alta, principalmente em bovinos estressados ou com algum distúrbio metabólico”, explica Josiane. 

Um dos sintomas apresentados pelos animais com deficiência de vitamina B, em geral, é a redução do apetite. Ao reduzir o consumo de alimento, em razão de estresse ou distúrbios metabólicos, o bovino de corte pode passar por um período de tempo com deficiência de vitaminas B devido à redução na síntese ruminal. Com isso, fica com reserva limitada dessa vitamina no corpo, o que pode acarretar impactos negativos no desempenho. 

De acordo com a doutora em produção animal, as vitaminas do complexo B são essenciais para os animais e estão presentes em quase todos os alimentos que os ruminantes consomem. Mas, em muitos casos, esta não é a principal fonte que os bovinos utilizam, pois o complexo B proveniente do alimento é degradado no rúmen graças ao processo de fermentação ruminal. Algumas vitaminas são absorvidas através da parede ruminal, entretanto, microrganismos no rúmen utilizam e também produzem vitaminas B. 

“Elas atuam como co-fatores enzimáticos que estimulam o funcionamento do fígado, auxiliando no metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos, melhorando a eficiência pós-absortiva de nutrientes. O fígado tem um papel crucial no metabolismo de glicose e lipídeos, de forma que muitos desses processos dependem de enzimas, que são ativadas em cooperação com co-fatores enzimáticos. Os co-fatores responsáveis por este processo no fígado consistem de vitamina B e, portanto, há um aumento na demanda destas vitaminas para suportar e aperfeiçoar o metabolismo quando o animal está com uma alta demanda do órgão”, ressalta. 

Muitos estudos com vitaminas B em bovinos envolvem a suplementação via dieta, entretanto não consideram o uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal devido ao fato de que vitaminas B “não encapsuladas” são degradadas no rúmen. “Muitos estudos não tiveram sucesso em afetar o status de vitamina B no organismo do animal. Se a vitamina B ‘não encapsulada’ é adicionada à dieta, a bactéria ruminal reduz a síntese ou degrada as vitaminas B adicionadas, resultando em nenhum aporte líquido das mesmas. Muitos benefícios têm sido alcançados com o uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal, principalmente em relação ao desempenho e eficiência alimentar”, salienta Josiane Lage. 

Os animais que são destinados à fase de terminação em uma fazenda geralmente são transportados de um local a outro, passam por períodos de jejum (de água e alimento) ou podem sofrer algum tipo de desidratação. No entanto, precisam chegar à fazenda e estarem aptos a ingerir alimentos e ganhar peso.

Segundo a zootecnista, muitas vezes os animais não receberam nenhum tipo de suplementação com concentrados e precisam ser adaptados a uma nova dieta de terminação. “É necessário que o produtor reflita sobre o que fornecer para o animal, para que possa promover um melhor funcionamento do fígado, melhorando o consumo de alimentos, depois de ter sido transportado e passado por momentos de estresse”, conclui a zootecnista. 

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