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Estudo inédito da CNT aponta Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho

Trabalho foi divulgado segunda-feira (25.05)


Na última segunda-feira (25.05), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) fez a divulgação, através da internet, de um estudo sobre Transporte & Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho. O trabalho, que é inédito na questões de impacto e infraestrutura no escoamento de soja e milho, aponta o que é necessário para melhorar a qualidade de ferrovias, rodovias, portos, hidrovias e terminais. Foi abordado, também, como o prejuízo anual devido à má qualidade do pavimento das rodovias utilizadas para transportar a safra.

O estudo Transporte & Desenvolvimento - Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, realizado pela Confederação Nacional do Transporte, analisou a logística do agronegócio com foco nas cadeias produtivas de soja e milho, que têm participação de 85,8% no volume total de grãos produzidos no país e contribuem com 43% da pauta de exportações brasileiras. 

A CNT observou as rotas de escoamento de quatro regiões produtoras: Centro-Oeste, Paraná, Rio Grande do Sul e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia), mostrando as perspectivas de transportadores, embarcadores e entidades governamentais e não governamentais relacionadas ao segmento. Foram entrevistados os responsáveis pela logística das maiores exportadoras de soja e milho do Brasil. O trabalho também foi baseado em outras pesquisas da Confederação, como o Plano CNT de Transporte e Logística 2014 e a Pesquisa CNT de Rodovias 2014, entre outros estudos. O levantamento, ainda, identificou os principais gargalos à exportação desses produtos e propôs soluções para que os custos sejam reduzidos. 

Conforme o estudo feito, o Brasil é o 2° maior exportador de soja e de milho do mundo. Em 2014, foram 46 milhões de toneladas de soja e 19,5 milhões de toneladas de milho exportadas. Mas há problemas graves no escoamento. Somente as condições do pavimento das rodovias levam a um aumento de 30,5% no custo operacional. Se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões. O montante corresponde ao valor de quase 4 milhões de toneladas de soja ou a 24,4% do investimento público federal em infraestrutura de transporte em 2014. Esse dado torna-se ainda mais relevante porque há uma distribuição inadequada da malha de transporte. 65% da soja é transportada por rodovias. Nos EUA, principal concorrente do Brasil, 20% da produção é transportada por rodovias. Na Argentina, o percentual é de 84%, mas as distâncias médias entre regiões produtoras e portos vão de 250 km a 300 km. Nos EUA e Brasil, as distâncias são em torno de 1.000 km. O Brasil utiliza 9% de hidrovias no escoamento, e os EUA, 49%.

Entre as medidas citadas no estudo, abaixo uma lista das medidas para solucionar os entraves logísticos:

-Definir uma política nacional de transporte;
-Reduzir o número de órgãos planejadores e reguladores do transporte (hoje são 14);
-Simplificar documentos e processos exigidos na operação do serviço de transporte hidroviário (hoje são, no mínimo, 44);
-Maior agilidade no desembaraço de cargas nos portos;
-Instituir o Porto sem Papel como única forma de apresentar documentos nos portos;
-Definir claramente como os dois marcos regulatórios do setor ferroviário deverão se relacionar no período em que ambos estiverem em vigor;
- Investir continuamente;
-Propiciar segurança jurídica;
-Desburocratizar trâmites para implantação de infraestruturas logísticas privadas;

A CNT identificou problemas e soluções para os diferentes modais de transporte que atuam no escoamento da produção agrícola nacional. A análise aponta o que é necessário para melhorar a qualidade de ferrovias, rodovias, portos, hidrovias e terminais. Foi dimensionado, ainda, o prejuízo anual devido à má qualidade do pavimento das rodovias utilizadas para transportar a safra.

Para ter acesso ao estudo, acesse aqui: http://www.cnt.org.br/Paginas/Pesquisas_Detalhes.aspx?p=15

Ouça a entrevista na integra com a Coordenadora de Economia da CNT, Priscila Santiago:

 

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