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MT: Semeadura segue sem chuva

Trabalhos entram na nona semana


Além de cruzar os dedos e rezar para chover, os sojicultores mato-grossenses não sabem mais o que fazer para que definitivamente chova sobre o Estado para que a semeadura da nova safra de soja, a 2015/16, possa ao menos, ser concluída sob um clima mais propício, o contrário do que se registrou até o momento. A semeadura completou a nona semana de trabalhos, aponta para mais uma virada de mês e até agora Mato Grosso não registrou uma grande chuva, daquelas de ponta a ponta sobre todas as regiões produtoras. O saldo de um período dominado por forte El Niño é o de precipitações irregulares, limitadas e esparsas e quem tem gerado lavouras com diferentes estádios de crescimento e interferido no ciclo das plantas.

Como apontam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), depois de três semanas de bom ritmo a campo na maioria do Estado, a semeadura da nova safra de soja pisou no freio mais uma vez, na semana, e novamente, por força do clima. “Com apenas 550 mil hectares cultivados na última semana, a semeadura avançou para 89,7% da área estimada em Mato Grosso, que é de 9,2 milhões de hectares para o atual ciclo. A chuva que vinha sendo aguardada não se consolidou em algumas regiões e por isso o total já cultivado fica abaixo de 2014 e da média dos últimos cinco anos, de 93%”, destacam os analistas ao publicarem na última segunda-feira mais uma edição do informativo semanal, Boletim da Soja.

Como destacam, a região que apresenta situação mais delicada de semeadura é a nordeste, que chega a reta final do mês com 65,5% da área semeada, registrando o menor percentual desde a safra 2009/10. “A região tem por tradição um plantio mais tardio, mas não dessa forma, um plantio retardado por força do clima”. Além do atraso no calendário dos produtores da região, há relatos de que a ressemeadura se elevou devido aos baixos volumes de chuvas, mas, mesmo assim, as áreas não são, por enquanto, muito elevadas, “mas de todo modo, implicam em custos a mais na conta do produtor”, alertam os analistas do Imea.

Ainda como aponta parte do Boletim, “as chuvas aguardadas para a finalização da semeadura e para o bom desenvolvimento da nova safra estão sendo esperadas por todos, no entanto, em um ano de possível confirmação de um dos maiores El Niño da história, tudo pode acontecer”.

FERRUGEM – Mesmo enfrentando estiagem no ano passado e atrasos para conclusão da semeadura, a safra de soja chegava nos últimos dias de novembro do ano passado com oito casos confirmados e registrados de ferrugem asiática em lavouras comerciais. Nessa safra, são cinco casos, todos eles em soja voluntária e sendo detectados desde setembro desse ano. Os registros em soja guaxa/voluntária revelam que os fungos da doença estão ativos, passaram de uma safra para outra, e só não explodiram até o momento justamente em razão do clima que segue seco, o que acaba controlando de forma natural os fungo causador da doença, Phakopsora pachyrhizi, que um grande inimigo da soja, uma vez que reduz a produtividade e amplia os custos do produtor no combate a sua incidência.

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