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MT/indústria: Desempenho foi o 2º do país em 2015

Estado está entre os três, de um ranking de 15, que fecharam o ano da ‘crise’ com performance positiva


Apesar das tradicionais dificuldades para se produzir no Estado que tem um dos megaWatt/hora (mW/h) mais caros do país, o que sobrecarrega ainda mais os custos de produção e a carga tributária, o segmento industrial mato-grossense encerrou 2015 com o segundo melhor desempenho do país ao registrar expansão anual de 4,7%. A frente está o Pará, cuja evolução foi de 5,7%. No mesmo período, o Brasil fechou o exercício com retração de 8,3%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada ontem pelo IBGE.

O indicador de crescimento do segmento industrial de Mato Grosso já vinha sendo sinalizado desde outubro de 2015 quando indicadores conjunturais, divulgados mensalmente pelo IBGE, mostraram Mato Grosso com a melhor performance do Brasil naquele momento. “2015 foi um ano marcado pelo descrédito, desconfiança, retração de investimentos, na intenção de compras e isso tudo nos levou a um cenário de crise”, disse na época o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.

Conforme os dados do IBGE, na comparação entre o realizado em dezembro de 2014 e dezembro de 2015, a expansão industrial do Estado foi de 18,7%, a maior registrada no país, para o período. Enquanto isso, o país acumulou contração de 11,9%. “Mato Grosso (18,7%) e Pará (3,7%) mostraram avanços, impulsionados, em grande parte, pelo comportamento positivo de produtos alimentícios (carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleos de soja em bruto) e de produtos de madeira (madeira serrada, aplainada ou polida), no primeiro local e de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto), no segundo”, destaca trecho da pesquisa do IBGE.

DESTAQUE - O crescimento de dezembro da produção industrial de foi a sétima taxa positiva consecutiva e a mais intensa desde o início da série histórica (janeiro de 2013). No índice trimestral, o período outubro-dezembro de 2015 (9%) mostrou a segunda taxa positiva seguida, com ganho de ritmo frente ao terceiro trimestre (8,2%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. O indicador acumulado de janeiro a dezembro de 2015 mostrou expansão de 4,7% e acelerou o ritmo de crescimento frente ao observado nos anos de 2013 (1%) e de 2014 (4,2%).

A principal contribuição positiva sobre a média global da indústria foi verificada no setor de produtos alimentícios (15,2%), impulsionado, especialmente, pela maior fabricação de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleo de soja em bruto. Os demais impactos positivos vieram de produtos de madeira (87,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (56,1%) e de outros produtos químicos (79,8%), explicados, especialmente pela maior fabricação de madeira serrada, aplainada ou polida; de álcool etílico e de adubos ou fertilizantes com fósforo e potássio (PK) e com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), respectivamente. Por outro lado, a influência negativa mais relevante sobre o total da indústria veio da atividade de produtos de minerais não-metálicos (-15,2%), pressionada, principalmente pela menor fabricação de cimentos “Portland”, massa de concreto para construção e elementos pré-fabricados para construção civil de cimento ou concreto.

Como frisa Milan, em 2015 e 2016, o segmento pode até perder ritmo, mas não vai parar. “Não estamos parados e muito menos em retração. Temos uma performance diferente, estamos em franco desenvolvimento e certamente vamos assimilar de forma distinta do resto do país a atual crise política e econômica do Brasil. Nosso ritmo pode até encolher um pouco na comparação anual, mas seguirá positivo, pois somos pujantes e temos uma grande força vinda do interior, traçada pelo agronegócio”.

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