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MT/Soja: Volume levemente elevado

Expectativa é de 52,9 sacas por hectare


Mesmo sob muita instabilidade climática, AgRural fez leve revisão sobre a estimativa de produção no Estado

Apesar da falta de chuva e das altas temperaturas que preocupam parte do país, em janeiro, a revisão das estimativas da consultoria AgRural resultou em uma alteração, mesmo que pequena, na produção de soja na safra brasileira 2014/15. Estimada em 94,89 milhões de toneladas em dezembro, a produção foi elevada para 95,04 milhões, com aumento anual de 10,4%. A área plantada é estimada em 31,49 milhões de hectares (+4,4%) e a produtividade, em 50,3 sacas por hectare.


Mesmo registrando longos períodos de veranico, em Mato Grosso, a expectativa é de 52,9 sacas por hectare, pouca coisa acima das 52,7 sacas, da previsão de dezembro. “Embora o plantio tenha sido marcado por falta de chuva e atraso, as precipitações foram generosas em novembro e dezembro. Mesmo com a redução delas em janeiro, a umidade ainda é boa. O maior temor ainda é um eventual excesso de chuva em fevereiro, durante o grosso da colheita”, explica a analista Daniele Siqueira. Em Sorriso, no médio norte, - maior produtor mundial de soja - os primeiros talhões colhidos chegaram a render 64 sacas.

Mato Grosso, assim como lavouras em desenvolvimento no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Tocantins, foram classificados como estados onde as previsões seguem boas, diferente do potencial ameaçado já observado em Minas Gerais, Goiás, Bahia e Piauí. “Por conta dos vários dias sem chuva e da falta de previsão de bons volumes, a estimativa de produtividade foi reduzida nesses estados. Os ajustes, porém, não foram suficientes para reduzir o tamanho da produção porque houve incremento em alguns estados e manutenção da expectativa de boas produtividades em outros”, reforça.

COLHEITA - Com clima quente e seco em boa parte do país, a colheita da safra brasileira de soja 2014/15 chegou a 3% na última sexta-feira, em linha com o ano passado e a média de cinco anos. Apesar da ocorrência de chuvas durante a semana, os volumes foram insuficientes para normalizar a umidade do solo em pontos do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, e os prejuízos já começam a ser contabilizados. Por isso, a estimativa de produção da AgRural, de 95 milhões de toneladas, deve cair na revisão de fevereiro.

Apesar do atraso no plantio, Mato Grosso já tem 7% de sua área colhida, em linha com o ano passado e pouca coisa abaixo dos 8% da média de cinco anos. “Mais chuvas seriam bem-vindas no oeste e no leste do Estado pela soja que ainda está enchendo grãos. No médio norte, alguns talhões em Sorriso devem perder em média uma saca por hectare por estiagem. No sul, os produtores torcem por mais chuva para garantir uma boa safra”.

CLIMA – Como registra o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da soja mato-grossense atingiu 7,7% da área estimada, 8,86 milhões de hectares, até a última sexta-feira. O ritmo já ultrapassa os 5,8% registrados há um ano.


A produtividade ponderada do Estado até o momento é de 53,45 sc/ha, ficando um pouco acima do valor da safra passada. “Contudo, a principal diferença apresentada na colheita deste ano são os baixos volumes pluviométricos até então, com estimativas climáticas de chuvas abaixo da média histórica para fevereiro e março. O clima favorável para a colheita da soja desfavorece o desenvolvimento das lavouras”, completam os analistas do órgão. Desta forma, o clima pode ser o fator limitante na busca de ganhos com a produtividade desta safra.

Na tentativa de elevar os rendimentos a campo, alguns produtores já estão preferindo postergar a dessecação das lavouras de soja, reduzindo o avanço da semeadura do milho, como observam os analistas do Imea.

PREÇOS – O preço da soja no mercado interno sofreram redução de 5,41% na última semana, puxada, sobretudo, pelo recuo no mercado externo e no dólar.

Na semana retrasada, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, sigla em inglês) trouxe a confirmação de níveis elevados de estoques mundiais da soja, eliminando a expectativa de alguns agentes do mercado de cortes agressivos sobre a área colhida da oleaginosa norte-americana. Neste momento, os estoques finais mundiais para esta safra apresentam-se nos maiores níveis dentre as demais estimativas, 90,78 milhões de toneladas. O mercado já reagiu diante destas informações, recuando na média da última semana na Bolsa de Chicago.

“Mesmo com o relatório de exportações semanais dos EUA, reportando aumento da demanda na semana do dia 8 de janeiro, o mercado não reagiu positivamente e agora tem que procurar motivos ainda mais fortes para justificar as altas, como ocorreram no ano passado, pautadas na demanda. A expectativa é de que o viés de baixa ganhe força sobre o mercado, fazendo os fundamentos começarem a ser precificados de fato sobre o mercado internacional da soja”.

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