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Projeto alerta para importância de polinizadores na produção de alimentos

Abelha é considerada um dos principais animais que atuam diretamente na polinização


Em todo o mundo está acontecendo uma perda sensível de polinizadores – aves, morcegos, besouros, borboletas, mariposas e principalmente abelhas -, que atuam de forma direta na polinização de 75% das variedades de cultivos para a alimentação humana. O fenômeno foi detectado nos últimos anos por várias instituições de pesquisa de diversos países que, juntas, vêm emitindo este alerta. Elas ainda têm cobrado medidas dos governos das nações mais afetadas pelo problema, que tem entre suas principais causas o uso indiscriminado de pesticidas e a adoção de monoculturas.

No Brasil, foi criado o projeto “Polinizadores do Brasil”, com o objetivo de conhecer melhor estes animais e a importância do processo de polinização no desenvolvimento da agricultura. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), já realizou pesquisas e atividades de capacitação e conscientização nos últimos cinco anos.

O projeto concentra esforços em sete culturas importantes no Brasil – algodão, caju, canola, castanha, maçã, melão e tomate – e está inserido em uma iniciativa internacional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, do inglês Global Environmental Facility) e que tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) como agência responsável pela execução.

Planos de manejo, publicações científicas, educativas e vídeos foram produzidos para produtores rurais e também para criadores de abelhas.

Segundo Ceres Belchior, analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, “este projeto não foi uma iniciativa isolada, foi produto de uma mobilização internacional, que teve início na década de 1990, junto à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário. Essa mobilização representou uma tentativa de compreender e combater o declínio de polinizadores observado em vários países, desde a década de 1970”.

Na verdade, relembra o ano de 1998, quando foi realizado em São Paulo um workshop, que reuniu especialistas de 15 países, para estudar a formulação de um programa global de proteção e uso sustentável de polinizadores. O documento resultante desta reunião foi chamado de “Declaração de São Paulo sobre os Polinizadores”.

Essa declaração, submetida à CDB, foi aprovada na 5ª Conferência das Partes da CDB (COP5), realizada em Nairóbi em 2000, na sessão de diversidade agrícola. Naquela ocasião foi criada a Iniciativa Internacional para o Uso Sustentado e Conservação dos Polinizadores, também conhecida como “International Pollinator Initiative” (IPI).

Uma vez aprovada a IPI, explica Ceres, o governo brasileiro, por meio do MMA, manteve contato estreito com a FAO, auxiliando no planejamento e na execução do projeto FAO/UNEP/GEF “Conservação e Manejo de Polinizadores para a Agricultura Sustentável, através da Abordagem Ecossistêmica”.

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