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Agropecuária não é a “vilã” no consumo de água

Afirmam especialistas do setor



“As afirmações que apontam a agropecuária como sendo a grande vilã do consumo de água, são frutos do desconhecimento de algumas pessoas, pois ao lidar com a natureza, o produtor rural valoriza a maior forma de utilização da terra, tanto na água quanto no solo”. A afirmação é do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (Faepa), Carlos Fernandes Xavier.

Assim como ele, diversos especialistas vieram a público rebater as afirmações de grupos ativistas que acusam o setor produtivo rural de ser o responsável pelo desabastecimento hídrico atual no Brasil. “Hoje, as soluções tecnológicas permitem, ao setor produtivo, inovar, melhorar, modernizar e trabalhar o campo para garantir a manutenção, conservação e perpetuação dos recursos naturais”, ressalta Xavier.

Coordenadora de Meio Ambiente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Paula Mello afirma que “em momentos de crise, o mais fácil é um apontar o dedo para o outro. O difícil é buscar convergências, assumir que existe a necessidade de mudanças e abraçá-las como oportunidades de melhorias, em todos os setores. A grande questão é que a água disponível para captação precisa servir a usos múltiplos, inclusive ecológicos, e a pressão sobre esse recurso natural vem aumentando”.

“É preciso produzir alimentos, bens e energia com eficiência para atender às necessidades e anseios da população, que não só cresce, mas altera seu modo de consumo, e também é preciso ter água para abastecimento humano, que por lei é um dos usos prioritários”, disse Ana Paula ao Portal da SNA (Sociedade Nacional da Agricultura).

Segundo ela, “a cidade tem grande responsabilidade, afinal 80% da população vive lá e depende da água produzida no meio rural, às custas do produtor. A realidade é que a coleta ocorre em alto percentual, mas o tratamento não é feito, de forma que o esgoto é concentrado em grande quantidade e lançado no rio. Disso decorrem também problemas de saúde pública, por causa de doenças de veiculação hídrica”.

Diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogégio Romanini diz que “neste momento, o que se faz necessário é melhorar a utilização da água disponível no planeta, sem desperdícios, com reaproveitamento e com um trabalho muito intenso de descontaminação dos rios, que recebem grandes descargas de esgotos e resíduos nos principais centros urbanos do País”. 

Na opinião da consultora de Meio Ambiente do Senar Goiás, Jordana Sara, o setor agropecuário é visto como grande vilão por uma falta de análise críticas das informações que são apresentadas: “Quando falamos em consumo já nos deparamos com o primeiro erro, porque o nosso setor utiliza a água no processo produtivo e devolve esse recurso para o ciclo dos recursos hídricos na forma mais pura. A água que aplicamos na irrigação, por exemplo, a maior parte infiltra no solo, reabastecendo os lençóis freáticos e nascentes.”

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