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Em julho, IBGE prevê safra de grãos 2,0% maior que a safra recorde de 2011

Produção é da ordem de 163,3 milhões de toneladas


A sétima estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) indica produção da ordem de 163,3 milhões de toneladas, em 2012, 2,0% superior à obtida em 2011 (160,1 milhões de toneladas) e 1,6% maior do que a estimativa de junho.

A área a ser colhida em 2012, de 49,4 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 1,5% frente à área colhida em 2011 e redução de 0,1% frente a junho.

As três principais culturas (arroz, milho e soja), que somadas representam 91,0% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas respondem por 84,7% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior o arroz apresenta uma redução na área de 13,3%, o milho um acréscimo de 9,6% e a soja acréscimo de 3,7%. No que se refere à produção, a do milho é 27,0% maior, enquanto a de arroz e soja sofreram redução de respectivamente, 14,9% e 12,2%, quando comparados a 2011.
 
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.



Entre as Grandes Regiões, o volume da produção destes grãos apresenta a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 69,8 milhões de toneladas; Sul, 56,7 milhões de toneladas; Sudeste, 19,1 milhões de toneladas; Nordeste, 13,2 milhões de toneladas e Norte, 4,5 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, são constatados incrementos nas Regiões Norte de 2,2%, Sudeste de 11,3% e Centro-Oeste de 24,4% e decréscimos nas Regiões Sul de 16,4% e Nordeste de 9,4%. Entre as Unidades da Federação, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,7%, seguido pelo Paraná, com 19,3% e Rio Grande do Sul, com 12,1%, estados estes que somados representam 56,1% do total nacional.

Estimativa de julho em relação à produção obtida em 2011

Dentre os vinte e seis produtos selecionados, treze apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (4,9%), amendoim em casca 1ª safra (25,6%), aveia em grão (13,5%), batata-inglesa 3ª safra (1,3%), café em grão-arábica (16,2%), café em grão - canephora (8,5%), cebola (2,0%), cevada em grão (15,6%), feijão em grão 2ª safra (6,5%), feijão em grão 3ª safra (0,0%), laranja (0,3%), milho em grão 2ª safra (71,8%) e triticale em grão (3,6%). Com variação negativa são treze produtos: amendoim em casca 2ª safra (29,8%), arroz em casca (14,9%), batata-inglesa 1ª safra (7,8%), batata-inglesa 2ª safra (20,1%), cacau em amêndoa (3,7%), cana-de-açúcar (7,6%), feijão em grão 1ª safra (36,2%), mamona em baga (61,4%), mandioca (1,9%), milho em grão 1ª safra (2,0%), soja em grão (12,2%), sorgo em grão (0,6%) e trigo em grão (7,9%).

Destaques na estimativa de julho em relação a junho

Destacam-se as variações mensais nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de junho, dez produtos: algodão herbáceo (+0,9%), aveia em grão (+1,1%), café em grão arábica (-0,3%), café em grão canephora (-1,1%), cevada em grão (+1,2%), feijão em grão 2ª safra (-1,4%), feijão em grão 3ª safra (-0,7%), milho em grão 1ª safra (-0,9%), milho em grão 2ª safra (+7,7%) e sorgo em grão (+5,5%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Produção recorde 4,9% superior ao ano passado. Mato Grosso, que deve produzir cerca de 52,2% do total do país, foi favorecido pelas chuvas, o que provocou um aumento no rendimento destas lavouras. Na região Nordeste a seca foi excessiva neste ano, o que provocou grande redução na produção nos estados de AL, PE, PB, RN e CE. O Maranhão e Piauí, que cultivam algodão na região de cerrado, aumentaram as respectivas áreas de plantio em 11,2% e 25,1% e registram produções maiores 12,7% e 31,4% do que na safra anterior. Outro grande produtor nacional, Bahia, teve o rendimento médio menor 3,3% do que na safra passada. Ainda assim, espera concluir esta colheita com aumento na produção de 1,6%, pois aumentou sua área de cultivo 5,1%, frente a última safra.

AVEIA (em grão) – A atual estimativa da produção é de 396.740 toneladas, numa área plantada de 161.293 hectares, com rendimento médio esperado de 2.460 kg/ha, maiores respectivamente em 13,5%, 7,4%, e 5,5%, quando comparados à safra anterior. Os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná informam a safra nacional do produto, participando, respectivamente, com 59,9% e 40,1% desta produção. O estado do Rio Grande do Sul aguarda uma produção de 237.500 toneladas, maior em 1,8% quando comparada à informação anterior. No Paraná a produção esperada é de 159.240 toneladas, maior 36,7% quando comparada à safra de 2011, mas mantendo as estimativas do mês anterior.

ARROZ (em casca) - A rizicultura brasileira sofreu redução de 13,3% na área colhida, 14,9% na produção e 1,9% no rendimento médio, neste comparativo com a safra de 2011. A região Sul, que participa com 78,6% da produção nacional do arroz em casca, apresenta redução de 11,0% na estimativa de produção e tem como principal produtor o Rio Grande do Sul, que reduziu sua área plantada em 11,4% em função dos baixos preços praticados na tomada de decisão pelo plantio e pela escassez de água dos reservatórios. A estiagem também foi verificada como motivo da redução nas estimativas de produção da Região Nordeste, com queda de 35,6% quando comparada com a obtida em 2011. Nesta Região foram registrados 17.960 hectares perdidos, nesta safra de 2012, contra 112 hectares registrados como perda total ocorrida em 2011.

CAFÉ (em grão) Total – A produção nacional de café é recorde, considerando as duas principais espécies cultivadas (arábica e canephora), foi avaliada em 3,0 milhões de toneladas, equivalendo a 50,8 milhões de sacas de 60 quilogramas. Na comparação com a safra anterior, a variação da produção é positiva em 14,2%, influenciada principalmente pela avaliação do café arábica, que participa com 75,2% do volume da produção brasileira de café em grão, com acréscimo na produtividade (15,1%) que é típico para um ano de “alta”.

CAFÉ ARÁBICA (em grão) - De acordo com a estimativa de julho, a safra de café arábica para 2012, em nível de Brasil, é de 2.282.925 t (38,0 milhões de sacas de 60 kg) e apresenta decréscimo de 0,3% em relação à estimativa de junho. Este decréscimo é creditado aos estados de Pernambuco e Minas Gerais. No primeiro estado, a cultura do arábica foi fortemente prejudicada pela estiagem que assola grande parte do Nordeste e teve sua expectativa de produção reduzida em 66,7%. Já em Minas Gerais, 1º produtor nacional, o decréscimo de 0,2% na produção se deve à constatação dos danos que a estiagem causou na Zona da Mata no início deste ano. A ocorrência de chuvas em julho, em algumas regiões do Estado, prejudicou o andamento da colheita, assim como a qualidade de parte do café já colhido.

CAFÉ CANEPHORA (em grão) - No comparativo mensal entre as estimativas, em julho, o Estado do Espírito Santo, 1º produtor nacional de conilon, não modificou suas estimativas realizadas em junho último e concentra os maiores rendimentos do País para esta espécie de café (média de 1.955 kg ou 32,6 sc/ha). As modificações em relação à estimativa realizada no mês anterior se devem principalmente ao estado de Rondônia que fez, neste mês, significativas reavaliações da área total ocupada com a cultura (-3,8%) e da área colhida (-8,0%). Com isto, a produção nacional estimada em julho decresceu 1,1%, totalizando agora 751.760 t (12,6 milhões de sacas).

CEVADA (em grão) – A safra nacional esta estimada em 351.187 t, numa área plantada de 105.310 ha, maiores respectivamente em 15,6% e 19,4%, quando comparados com os dados da safra anterior. Já com relação ao mês anterior apresentam variações positivas de 5,3% na área plantada e 1,2% na produção esperada. As condições climáticas favoráveis nos estados produtores até o momento contribuíram para o quadro atual da cultura. O estado do Paraná, maior produtor nacional, responsável por 63,2% da produção, aguarda uma safra de 221.979 t, numa área plantada de 57.850 ha. Com relação ao mês anterior não apresentou variações. Nos demais estados produtores Rio grande do Sul e Santa Catarina a área e produção esperada sofreram acréscimos em suas estimativas com relação ao mês anterior.

FEIJÃO (em grão) – A produção nacional de feijão em grão, estimada em 2.865.186 t, indica uma redução de 0,7% frente à informação de junho. Reflexo da variação negativa observada principalmente nos estados de GO (5,4%), CE (4,5%) e PE (21,6%). O decréscimo só não foi maior devido à contribuição positiva nas estimativas de produção de MG (1,8%) e MA (0,1%). Este volume de produção é distribuído em 43,4% para a 1ª safra (1.244.770 t), 41,4% para a 2ª safra (1.184.831 t) e 15,2% para a 3ª safra de feijão (435.585 t).

A 1ª safra de feijão registra uma produção de 518 toneladas menor que o sexto levantamento. A Região Sul é a maior produtora de feijão 1ª safra com uma produção de 504.465 toneladas. A Região Nordeste, que ainda não concluiu a colheita em todos os estados, prevê uma produção de 167.157 toneladas, que é 2,0% menor que a estimativa de junho.

Para o feijão 2ª safra, a área plantada sofreu um aumento de 0,7%, o rendimento médio caiu 2,1% e a produção esperada registra uma diminuição de 1,4% frente à estimativa de junho.

O feijão 3ª safra experimenta uma diminuição de 0,7% na estimativa de produção em relação ao levantamento de junho. O estado de Goiás foi o principal contribuinte para esta nova avaliação, pois teve redução em sua área plantada de 5,7%, em seu rendimento médio de 5,0% e em sua produção de 10,5% em relação ao último levantamento.

MILHO (em grão) – Na avaliação do mês de julho, a produção nacional de milho em grão está prevista em 71.450.141 toneladas, maior 3,5% que a avaliação de junho. Dentro deste contexto, a 1ª safra variou negativamente 0,9% e a 2ª safra aumentou 7,7% em relação a junho, permanecendo maior que a primeira safra. A produção é recorde, considerando as duas safras do produto, superando em 27,0% o total produzido em 2011. Neste comparativo a área plantada é 10,7% maior. Estes números refletem os bons preços que o produto vem encontrando no mercado, o que faz com que os produtores optem pela cultura e aumentem o investimento em tecnologia.

A 1ª safra de milho participa com 46,8% do volume da produção nacional deste cereal, praticamente não houve variações neste período de avaliação, sendo estimada em 33.472.002 toneladas.

A 2ª safra de milho em grão encontra-se ainda em campo na fase de colheita. A previsão de produção para esta safra é de 37.978.139 toneladas, aumento de 7,7% e de 7,2% no rendimento médio. Houve também aumento nas estimativas de áreas plantada e colhida em 0,4% na comparação com as informações de junho. A Região Centro Oeste, maior produtora do milho na 2ª safra, com 65,4% da produção nacional, apresentou variação positiva de 12,1% na produção, de 11,5% no rendimento médio e de 0,5% na área plantada e área a ser colhida. O principal estado responsável por estes acréscimos foi o Mato Grosso com aumentos de produção de 18,9%, no rendimento de 17,9% e na área de 0,8%. Contribuem também para melhoria da avaliação de julho frente a junho o aumento das estimativas de produção de Goiás (6,8%) e de Minas Gerais (5,2%). As condições climáticas foram favoráveis nestes estados, gerando boas expectativas de produção.

SOJA (em grão) – Reavaliações no mês de julho confirmam o efeito da seca na produção deste grão. Apesar da soja ter apresentado crescimento na área, o regime de chuvas inadequado afetou o rendimento médio, que decresceu 15,3%, resultando na redução de 12,2% na produção nacional deste grão. A Região Sul foi a mais afetada pela estiagem, com reduções de 29,5% nas estimativas de produção do Paraná, 48,4% no Rio Grande do Sul e 27,6% em Santa Catarina, quando comparadas com a produção de 2011.

SORGO (em grão) - A estimativa de produção de 1.896.945 toneladas é 5,5% maior que a informação do mês passado. Em Minas Gerais, a variável está caindo 11,8%, sendo reflexo das reavaliações para uma menor área plantada com a cultura, que está apresentando uma queda de 8,2% e do rendimento médio para 3.282 kg/ha, 3,8% menor que a informação de junho. Em Goiás, maior produtor nacional, a produção deve crescer 3,5% em comparação com junho, devido ao aumento da área plantada (2,4%) e do rendimento médio esperado (1,1%). Mato Grosso é a Unidade da Federação que mais influencia o aumento da produção de sorgo nesta avaliação, já que a estimativa está 37,8% maior que a informação de junho. Neste Estado, houve reavaliação para uma maior da área plantada (7,2%). A ocorrência de chuvas durante as fases de plantio e desenvolvimento da cultura e maior investimento em tecnologia como sementes e fertilizantes promovem uma estimativa de rendimento médio da cultura 28,6% maior que o obtido em 2011 no Estado. O sorgo em grão pode ser utilizado como alternativa em substituição ao milho na composição da ração animal.

Os próximos levantamentos da produção agrícola trarão informações sobre as culturas permanentes e darão continuidade ao acompanhamento da colheita das segunda e terceira safras de algumas culturas temporárias, além das culturas anuais de inverno que, por força do calendário agrícola, têm parte de suas estimativas ainda baseadas em projeções.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

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