CI

Brasil completa exatas quatro décadas na exportação de carne de frango

Efetuado o primeiro embarque, estava aberto um novo e amplo caminho


A data vai passando despercebida e é importantíssimo lembrá-la: nesta sexta-feira, 31 de julho, a avicultura brasileira completa um ciclo, ininterrupto, de 480 meses de exportação de carne de frango. Não é difícil concluir que isso representa 40 anos de presença do produto brasileiro no mercado internacional. São, enfim, quatro décadas de dinâmica atuação em um dos mais disputados setores do comércio mundial, a última delas como líder absoluto na exportação do produto.

Foi no dia 1º de agosto de 1975 que o navio finlandês Aconcágua zarpou do porto de Itajaí, Santa Catarina, levando para o Oriente Médio as primeiras 650 toneladas de carne de frango do Brasil.

Frente às cerca de 15-20 mil toneladas diárias exportadas atualmente, o volume então embarcado pode ser considerado ínfimo. Mesmo assim foram precisos cinco dias – mais exatamente, de 28 de julho a 1º de agosto – para armazenar adequadamente a carga (à época inédita) nos porões do Aconcágua. Porque, então, a mercadoria era paletizada, os contêineres representavam novidade que ainda não havia chegado por aqui.

Essa, porém, não foi a única dificuldade enfrentada. Pois ainda que o volume embarcado fosse pequeno (pelo menos para os padrões atuais), não havia empresa que pudesse atendê-lo isoladamente. Daí ter-se formado um “pool” integrado por três empresas catarinenses: Sadia, Perdigão e Seara.

A maior parte (467 toneladas, pouco mais de 70% do total) coube à Sadia. A Perdigão participou com 100 toneladas e a Seara complementou as 83 toneladas faltantes. Tudo composto por “grillers” com peso entre 900 e 1.250 gramas. Que seguiram diretamente para a Arábia Saudita (67 toneladas) e o Kuwait (restante da carga).

Efetuado o primeiro embarque, estava aberto um novo e amplo caminho. Que, passadas quatro décadas, ainda não parou de crescer. Naquele ano, em cinco meses (agosto a dezembro), foram embarcadas 3.469 toneladas de carne de frango (produto in natura, exclusivamente; e apenas “grillers”) que renderam para o País perto de US$3,3 milhões. 

Quarenta anos depois as vendas externas do produto (hoje compostas por uma ampla gama de itens in natura, além de industrializados e embutidos) estão colocadas entre os principais produtos exportados pelo País. E, na pauta exportadora, a carne de frango – quem diria? – compartilha agora o mesmo espaço ocupado pelo petróleo e pelo minério de ferro. 

Porém, verdade seja dita, nesse campo, como produto de origem agropecuária, a carne de frango não está sozinha. Pois à frente dos dois principais minerais hoje exportados pelo País está a soja. Cuja caminhada, aliás, não chega a ser muito diferente daquela experimentada pelo frango.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.