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Aprenda a fazer enxerto

Técnica permite obter plantas mais resistentes, frutas saborosas e flores com novas cores


A partir desta técnica se pode obter plantas mais resistentes a pragas e doenças, frutas mais saborosas e flores com novas cores e texturas. Além disso, segundo especialistas, a enxertia pode tornar produtiva uma planta estéril

Segundo Leonardo da Silva Ribeiro, engenheiro agrônomo, “o enxerto é a técnica que consiste em usar duas variedades da mesma espécie na produção de uma muda”, o enxerto (garfo) e o porta-enxerto (cavalo). O garfo, cavaleiro ou enxerto é a parte de cima, que vai produzir os frutos da cultivar desejada. E o cavalo ou porta-enxerto é a parte de baixo, que vai formar o sistema radicular, o qual tem como funções básicas o suporte da planta, fornecimento de água e nutrientes e a adaptação da planta às condições do solo, clima e doenças.


Consiste em unir e aproveitar o ponto forte de duas plantas da mesma família. É utilizado para obter plantas mais resistentes a pragas, ou novos sabores no caso das frutíferas e novas cores e texturas no caso das floríferas. E também para tornar produtiva uma planta estéril.

Três tipos

Existem três modos de fazer o enxerto. Todos têm vários modos de aplicação, conforme cada planta é utilizada uma técnica.

Garfagem, entre os mais conhecidos estão a de topo; fenda cheia ou fenda completa; fenda dupla ou dupla garfagem; meia-fenda cheia; meia-fenda vazia; fenda incrustada, fenda lateral; fenda a cavalo; inglês simples e inglês complicado.

O enxerto e o porta-enxerto precisam ser do mesmo diâmetro, porque o primeiro se encaixa no segundo. Corte o garfo (que é o enxerto) de maneira precisa, na forma de V, e encaixe-o no porta-enxerto. Uma das desvantagens dessa técnica é que o porta-enxerto não pode ser muito velho. Com o garfo dentro do porta-enxerto, amarre com uma espécie de corda. Deve-se cortar todos os galhos do porta-enxerto, deixando só dois ou três, para deixar o enxerto respirar, caso a técnica seja feita no campo.

A borbulha e suas formas, como o T normal; T invertido; em janela aberta; em janela fechada; chapinha e anelar. Com um canivete, corte um pedaço da casca do enxerto, a borbulha. Faça outro corte com a mesma dimensão no porta-enxerto para acolher a borbulha. Encaixe a borbulha no galho receptor de maneira bem delicada, com a gema virada para cima.

E a encostia, também com suas subdivisões, lateral simples e inglesa; de todo simples e inglesa e subenxertia. Geralmente essa técnica é usada quando as outras duas técnicas não vingaram. Faça uma incisão nas duas plantas e encoste uma na outra para que haja a troca de seiva e, finalmente, a união dos tecidos.

É preciso prender com fita para que a união entre as partes fique mais forte. Quando houver a devida união dos tecidos e a encostia vingar, comece a cortar, aos poucos, o cavalo. Essa técnica se usa muito para substituir o cavalo de uma planta que já passou por enxerto.

É importante que “a aquisição da muda seja feita em viveiros idôneos, que tenham um bom histórico, um bom material. É preciso observar qual é a matriz, qual o estado dela, de onde ela veio”, completa Leonardo.

Melhoramento genético para frutíferas e flores

A vantagem principal da enxertia é que “a produção inicia-se precocemente, visto que o enxerto é feito com plantas já em estado reprodutivo”, destacam os especialistas. Logo, assim que a adaptação de uma espécie a outra seja completa, em pouco tempo a nova planta irá produzir. O ciclo de produção de plantas enxertadas é menor que as de “pé franco” (plantas que não foram enxertadas), eis aí mais um ponto a favor do bolso do produtor.


Outro ponto é a uniformidade das plantas do pomar, já que são oriundos de uma única planta matriz, e o porte da planta adulta tende a ser baixo, o que facilita na hora da colheita.

“Na Grande Cuiabá há muitos viveiros que possuem plantas frutíferas enxertadas, sendo que algumas, além de vender produzem mudas. A maioria das frutíferas é oriunda da técnica de enxertia [...] cada espécie tem um tempo certo para aplicação do processo”, fala Leonardo da Silva.

A época certa para a realização da enxertia depende da biologia e do tipo de enxerto a ser realizado. Para caducifólias, a época indicada é o inverno, já para perenifólia, a primavera/verão são melhores. Depende também da técnica que vai ser aplicada. Nos enxertos por borbulha o ideal é quando a planta está no período de vegetação ativa, devido à grande quantidade de seiva que esta em circulação, geralmente a casca se desloca facilmente do lenho tornando fácil a introdução da gema sob a casca. Já nos enxertos por garfagem a melhor época é quando a planta esta em repouso vegetativo, isso geralmente ocorre no inverno. A técnica por encostia pode ser executada durante todo o ano, sendo melhor ser utilizada nos meses da primavera.

FLORES
A floricultura brasileira é hoje uma atividade econômica importante no agronegócio do País. Nos últimos anos, registra-se um significativo crescimento da produção de flores na maioria dos Estados brasileiros. O potencial de expansão da atividade voltada para o mercado interno é enorme e oferece oportunidades promissoras, para quem tem um bom produto, assim garantem os especialistas.

O Festival das Flores oferece mais de 200 variedades de plantas, a preço de custo, que vão desde a exótica carnívora à conhecida roseira. Realizado em várias capitais do país, em Cuiabá o Festival é sucesso de público. A feira já registrou a presença de cerca de 100 mil pessoas.

As edições anteriores do Festival proporcionaram aos estudantes e professores de escolas públicas e privadas a oportunidade de conhecerem plantas que serviram de pesquisas para os alunos, tornando o evento um local de conhecimento cultural e científico.

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