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Combate à Helicoverpa armigera: “Produtos liberados não devem ser misturados”

Alerta é do pesquisador da Embrapa Soja Edson Hirose




“Os produtos que foram liberados [para combate à Helicoverpa armigera] não devem ser misturados e os princípios ativos devem ser rotacionados a fim de se preservar a efetividade”. Quem alerta é o pesquisador da Embrapa Soja Edson Hirose. 

A emergência sanitária provocada pelos danos causados pela lagarta levou a Coordenação de Agrotóxicos e Afins (CGAA) do Ministério da Agricultura a permitir o uso emergencial de cinco tipos de agrotóxicos. Os inseticidas liberados pelo Ato nº 15 são à base de: Vírus VPN-HzSNPV, Bacillus thuringiensis, Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe.


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“É importante que, durante a safra, o produtor planeje bem como fará o controle de lagartas nos diversos cultivos na propriedade”, explica Hirose. Isso porque a pressão de seleção pode aumentar a frequência de insetos resistentes – tornando o problema insustentável.
 
O pesquisador alerta que é preciso retomar a consciência de que o controle químico é apenas uma das ferramentas para o manejo, e só deve ser aplicada após a detecção da praga em uma determinada população. Sair aplicando inseticidas sem observar outras táticas pode agravar ainda mais o problema: “Há outras técnicas que se complementam, mas que com o tempo caíram no esquecimento”, explica.

“Hoje é cada vez mais comum encontrar várias culturas ocupando extensas áreas em uma mesma região. O resultado é a abundância de alimentos e um período de tempo maior para as pragas se multiplicarem. A melhor forma de lidar com essa situação é pensando no manejo de pragas de todo o sistema agrícola”, ressalta Hirose. Ele recomenda que se conheça o mecanismo de ação dos inseticidas e a seletividade dos produtos aos inimigos naturais, bem como a realização da rotação de grupos de herbicidas.


“Há mais de 600 relatos de resistência da Helicoverpa armigera a múltiplos grupos de inseticidas em vários países. Isso mostra a complexidade do problema que podemos ter que enfrentar, mas também nos abre o caminho para lidar de uma maneira eficiente com o problema”, destaca o pesquisador.

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