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Controle ecológico combate praga do milho-doce

Até então nenhum método de controle havia sido eficaz, seja químico, biológico e transgênico


Foto: Sinval Lopes

Uma técnica inovadora e natural tem mostrado bons resultados no combate a uma das piores pragas do milho-doce, a mosca-da-espiga. Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) usaram armadilhas McPhail nas lavouras para atrair as fêmeas adultas da mosca, impedindo a sua reprodução. O método já é usado com sucesso no monitoramento da mosca-da-fruta.

O método mostrou bons resultados e representa uma possibilidade concreta de controle de pragas do milho-doce. Até então nenhum método de controle havia sido eficaz, seja com produtos químicos, biológicos e variedades transgênicas. Além disso, agrega sustentabilidade ao produto final, beneficiando produtores e indústrias.

O milho-doce é um produto de relevância no Brasil porque praticamente 100% da produção é destinada ao setor industrial, especialmente para fabricação de milho enlatado. São cultivados 36 mil hectares e um lucro de R$ 550 milhões por ano e vem crescendo ano a ano.

A cultura é muito suscetível aos insetos fitófagos (que se nutrem de matérias vegetais) em praticamente todas as fases de desenvolvimento, incluindo os grãos na espiga, um local de difícil acesso aos métodos tradicionais de controle no milho convencional. 

“As pragas que mais atacam as espigas de milho-doce são a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) e a mosca-da-espiga (Euxesta ssp.). Elas causam danos às lavouras e perdas econômicas ao produtor e à indústria de processamento, pois as fêmeas de ambas as espécies têm preferência por colocar seus ovos nos estilo-estigmas (‘cabelos‘ da espiga)”, explica o pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo.

Segundo ele, em menos de uma semana, as larvas eclodem e imediatamente começam a se desenvolver, inicialmente nos estilo-estigmas. Depois, as larvas passam a se alimentar do grão em formação, permanecendo nesse local até a colheita da espiga. Os danos nos estilo-estigmas podem impedir a fertilização, provocando falhas e reduzindo o número de grãos. E os danos diretos nos grãos reduzem a produtividade e a qualidade dos produtos. Quando associados aos ocasionados por microrganismos fitopatogênicos, são as principais causas de depreciação do produto, especialmente para a agroindústria.
 

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