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Desafiada a crescer, avicultura está numa encruzilhada, diz Rabobank

Questão da sustentabilidade deve adquirir importância crescente no mercado futuro


A indústria do frango vem operando, mundialmente, em um ambiente extremamente turbulento, caracterizado – entre outros fatores – pelos preços elevados e voláteis das matérias-primas, incerteza quanto à recuperação econômica, instabilidade política no Oriente Médio (um dos mais importantes mercados importadores de carne de frango), restrições e mudanças frequentes na política de importação de mercados-chave (como Rússia, China e México), reflexos do impacto do terremoto no Japão (um dos maiores importadores mundiais do produto) e surtos de Influenza Aviária na Ásia. Mesmo assim, o frango será “a” proteína da próxima década. E as perspectivas para a indústria avícola “são brilhantes” – afirma o Rabobank em relatório recém-divulgado.

No estudo “Encruzilhada para o crescimento: a avicultura (de corte) internacional no horizonte de 2020”, Nan-Dirk Mulder, do Rabobank, afirma que “na próxima década, à medida que a população mundial se expande e tem seu poder aquisitivo aumentado, a carne de frango será a proteína vencedora”. Isso, entretanto, não virá “de mão beijada”. Frente às turbulências citadas, “a indústria terá que enfrentar o desafio de atender o crescimento previsto de 30% nos próximos 10 anos”.

A expectativa de uma demanda crescente na Ásia parece ser a chave principal para esse crescimento. E uma vez que as matérias-primas alimentadoras dessa indústria são mais abundantes nas Américas (do Norte e do Sul), os futuros investimentos globais serão cada vez mais uma via de dupla direção entre companhias asiáticas e norte e sul-americanas.

Em termos regionais, embora o Brasil se mantenha como o principal operador do mercado exportador de carne de frango, países como Ucrânia e Argentina apresentam, no longo prazo, grande potencial de crescimento.Tailândia e China permanecerão como principais supridores de mão-de-obra intensiva para a industrialização de produtos avícolas - o que deixa subentendido, também, que a concorrência asiática a produtos brasileiros pode ir além dos têxteis e calçados e chegar, por exemplo, até o frango.

Na opinião de Nan-Dirk Mulder, a questão da sustentabilidade deve adquirir importância crescente no mercado futuro. “ONGs e consumidores estarão mais preocupados com a sustentabilidade da indústria do frango. Ao mesmo tempo, o bem-estar animal terá importância crescente. Assim, quem atende países desenvolvidos precisa agir pro-ativamente [para enfrentar esses desafios]”.

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