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Desempenho do frango vivo em abril e no primeiro quadrimestre de 2021

Em abril o frango vivo apresentou comportamento totalmente oposto que o de um ano atrás


Foto: Eliza Maliszewski

Em abril o frango vivo apresentou comportamento totalmente oposto – e, claro, significativamente melhor – que o de um ano atrás. No ano passado, em abril, com o então recente reconhecimento da pandemia de Covid-19, o País praticamente parou devido ao isolamento social e o frango vivo (assim, como uma infinidade de outros produtos) sofreu violenta queda de preço, com retrocesso aos piores níveis da década passada.

Neste ano, mesmo mês, a expectativa inicial não era muito diferente, pois, com nova onda da Covid-19, a maior parte do País encontrava-se novamente em estado de quase total isolamento social.

Neste caso, a única diferença do frango em relação a 12 meses passados estava no preço registrado na abertura do mês: inalterado desde o início de março, mas, ainda assim, cerca de 60% superior à média de abril de 2020 – o que, diga-se de passagem, não fazia grande diferença, pois o custo continuava superando o preço recebido.

Pois tal ritmo se manteve durante dois terços dos dias de negócios de abril, ou seja, até meados da quarta semana quando, em decorrência da flexibilização das medidas de isolamento social, as atividades econômicas – e sobretudo o food-service – começaram a ser retomadas. Foi o suficiente para que em menos de uma semana de negócios houvesse uma recomposição de preços próxima de 6,5%, o que elevou a cotação da ave viva para a marca – bastante simbólica – de R$5,00/kg, valor que prevaleceu nos últimos quatro dias do mês (com o feriado de 1º de maio, as vendas efetuadas no dia 30/4 para carregamento no domingo, 2/5, obtiveram novo ajuste e, com isso, maio está sendo aberto com o frango vivo (base: São Paulo) negociado por R$5,10/kg.

Como os aumentos registrados ocorreram, todos, no terceiro decêndio de abril, a variação de preço em relação ao mês anterior foi de apenas 2,32%, ou seja, inferior à observada nos dois meses anteriores.

Já em relação a abril de 2020 a diferença de preços chega a 63,71%, o que – repetindo o que foi dito acima – não tem maior significado para o setor produtivo. E não apenas porque o índice é elevado em decorrência da baixa base de um ano atrás, mas em razão, sobretudo, de os custos continuarem superiores à remuneração recebida.

Para comprovar basta observar que já em março a Embrapa Suínos e Aves levantava para o frango um custo de R$4,86/kg. Como nos últimos 30 dias o milho, principal insumo do setor, aumentou outros 7% (foram 80% nos últimos 12 meses), está claro que o produtor continua operando com prejuízo.

Em maio corrente as perdas tendem a ser minimizadas. É que, a par da retomada das atividades econômicas, do pagamento de novas quotas do auxílio emergencial e do consumo esperado na comemoração do Dia das Mães, a oferta de aves vivas pode ser inferior à de meses anteriores, visto que – forçado pelos altos custos – desde março parte do setor começou a reduzir o alojamento de novas aves.

Porém, ainda que os preços recebidos continuem a evoluir, vai ser preciso bom espaço de tempo até que parte significativa do setor consiga recompor o que há tempos vem sendo perdido.

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