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Desempenho do ovo em junho e no primeiro semestre de 2016

Salutar a correção de oferta iniciada pelo setor em maio, combinada com melhor demanda em boa parte de junho, ela permitiu ao ovo chegar ao melhor patamar de preços.


Foi sem dúvida salutar a correção de oferta iniciada pelo setor em maio. Pois, combinada com melhor demanda em boa parte de junho (efeito das festas juninas?) ela permitiu ao ovo chegar, nominalmente, ao melhor patamar de preços de todos os tempos.

Assim, após iniciar o mês com valor inferior às médias registradas em fevereiro e março, em apenas 10 dias de negócios o produto experimentou valorização em torno de 20% – resultado que correspondeu a ganhos diários superiores a 2% e elevou o preço médio da caixa (base: cargas fechadas do ovo branco extra no atacado paulistano) para R$92,00, quase 50% a mais do que foi registrado em junho de 2015.

É verdade que, atingido esse valor, a cotação se estabilizou por não mais que uma semana, voltando a retroceder à medida que o mês avançava. Ainda assim, junho foi encerrado com valor médio significativamente superior ao de 30 dias atrás, fazendo com que a média do mês – R$85,38/caixa – registrasse aumentos de 17,67% e 45,21% sobre, respectivamente, maio/16 e junho/15.

Tal desempenho, é claro, refletiu-se nos resultados do semestre. Assim, enquanto no mesmo período de 2015 o preço médio ficou em R$57,51/caixa, neste ano chegou a R$74,93/caixa, valorização de 30%.

O ganho, sem dúvida, é excepcional. Mas é real ou apenas aparente? E se causados pela redução de oferta: a desaceleração na produção foi voluntária ou determinada pela perda das condições econômicas por parte dos produtores?

As perguntas são pertinentes. Porque, sem dúvida, o aumento de custo - causado sobretudo pela explosão de preço da principal matéria-prima do ovo - superou a recuperação de preços experimentada pelo avicultor.

Para demonstrar, tome-se como referência o preço médio registrado nos últimos quatro anos no mês de junho. Entre 2013 e 2015 o valor da caixa de ovos adquiriu mais de duas sacas de milho (o mínimo, em 2014, foi 2,083/sacas; o máximo, em 2013, foi 2,250/sacas). 

Já em junho de 2016, a despeito do excelente preço alcançado pelo ovo e embora a cotação do milho tenha refluído em relação ao mês anterior, uma caixa do produto adquiriu não mais que 1,650 saca – o que, pela média dos três anos anteriores, corresponde a um volume cerca de 25% menor. 

Considerado o comportamento sazonal do ovo, a tendência agora é de ligeiro refluxo de preços em relação a junho – inclusive pela interrupção, temporária, da merenda escolar. Tal cenário solicita a máxima atenção do setor produtivo, em especial porque os preços do milho, mesmo vindo a recuar, tendem a permanecer elevados.

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