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Fertilidade do solo ajuda na escolha dos fertilizantes

A fertilidade do solo se refere à capacidade do solo em ceder nutrientes para as plantas


Foto: Divulgação

É comum ouvirmos a expressão “solo fértil” associada à produtividade agrícola. Mas, será que realmente entendemos o real significado dessa expressão? Quais são os parâmetros que levam a essa afirmação e como ela impacta no manejo da fertilidade do solo? Saiba mais sobre como a compreensão do que é a fertilidade do solo impacta o manejo agrícola e a escolha dos fertilizantes.  

A fertilidade do solo se refere à capacidade do solo em ceder nutrientes para as plantas, considerando todas as interações existentes nele. Essa capacidade é tão relevante para as plantas que, dos 16 elementos essenciais que elas precisam para completar seu ciclo de vida, 13 são retirados do solo e os demais do ar e da água. 

Para que um elemento seja considerado essencial, ele precisa contemplar os três critérios propostos pelos pesquisadores Daniel Israel Arnon e Perry Robert Stout no livro Plant Physiology: 

Na ausência do elemento, a planta não completa o seu ciclo de vida; 

O elemento não pode ser substituído por outro; 

O elemento deve estar diretamente envolvido no metabolismo da planta, como constituinte de um composto essencial, ou ser necessário para a ação de um sistema enzimático. 

Ao atender os 3 critérios da essencialidade, o elemento passa a ser classificado como um macronutriente ou micronutriente, dependendo da quantidade demandada pela planta. Se a demanda for alta, ele é classificado como macronutriente, caso contrário ele se enquadra dentro do grupo dos micronutrientes.  

Além disso, os macronutrientes ainda podem ser divididos como primários ou secundário e a classificação é feita de forma análoga à quantidade demandada pela planta. São eles: 

Macronutrientes primários: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K); 

Macronutrientes secundários: cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S); 

Micronutrientes: boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre (Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl). 

Também existem os denominados elementos benéficos, que são importantes para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Contudo, a falta deles não é um fator limitante ao ciclo de vida das culturas, sendo alguns deles: silício (Si), níquel (Ni), sódio (Na), cobalto (Co) e selênio (Se). Diversos estudos apontam os efeitos benéficos do silício no combate de doenças, como a Ferrugem Asiática da Soja. (Fonte: SINGER, P. - Embrapa Soja) 

Porém, não basta apenas a presença desses diferentes nutrientes essenciais no solo para que a planta complete seu ciclo de vida. Para serem absorvidos, eles precisam estar disponíveis e diversos são os fatores e interações que interferem nessa disponibilidade. 

Esses fatores e interações que interferem na capacidade do solo em ceder nutrientes, tornam a fertilidade um conceito dinâmico e que necessita de uma abordagem holística a fim de ser compreendida. Com isso, ela pode ser subdividida em: 

Fertilidade Natural; 

Fertilidade Potencial; 

Fertilidade Atual. 

A fertilidade natural corresponde à fertilidade do solo que ainda não sofreu nenhuma interferência do homem a curto prazo. Ela geralmente se refere a condição natural criada pelo processo de formação do solo e é muito usada na avaliação e classificação de solos. 

No caso da fertilidade potencial, a existência de condições limitantes impede o solo de mostrar sua real capacidade de ceder nutrientes. Isso ocorre, por exemplo, com os solos ácidos no qual os elevados teores de alumínio limitam a disponibilidade de Ca, Mg e P, ou ainda no caso dos elevados teores de sódio dos solos salino-sódicos, que elevam o pH e limitam a disponibilidade de micronutrientes. 

Já a fertilidade atual é aquela que o solo apresenta após receber práticas de manejo para atender as necessidades das culturas e é caracterizada pela determinação das formas disponíveis dos nutrientes do solo. Ela leva em consideração todas as práticas de correção e adubação. 

Ou seja, ao entender as potencialidades do solo através do seu processo de formação e conhecer as suas limitações se torna possível garantir manejos agrícolas assertivos para manutenção e incremento da fertilidade do solo. 

O papel dos fertilizantes na fertilidade do solo 

Dentre os manejos agrícolas que modificam a fertilidade do solo, destaca-se o uso de fertilizantes. Eles foram desenvolvidos com o intuito de melhorar a produção e produtividade das plantas ao fornecer nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimentos das culturas. 

O uso de fertilizantes data mais de 8 mil anos antes de Cristo, com o uso de adubos orgânicos, como cinzas e fezes de animais, na China. (Fonte: Pan Species - Unsplash). Porém, somente a finalidade de fornecer nutrientes passou a se tornar cada vez mais insuficiente para garantir a produtividade das culturas. Isso aconteceu porque, para se alcançar uma fertilidade adequada, não basta apenas conceder nutrientes ao solo. 

Para que eles estejam disponíveis para as plantas, é preciso otimizar as interações que o solo faz com os demais componentes do ecossistema e ainda reduzir as limitações que ele possa vir a apresentar, como: 

Baixa retenção de água e nutrientes; 

Acidificação; 

Baixa diversidade de microrganismos; 

Salinização; 

Alta taxa de perdas de nutrientes, pelos processos de lixiviação e volatilização; 

Compactação; 

* com informações Verde.Ag

 

 

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