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Foco é aperfeiçoar a organização das cooperativas agro de MT

MT: rentabilidade de cooperativas do agronegócio pode crescer ainda mais


Diagnóstico sobre o sistema cooperativista foi apresentado durante Fórum em Sorriso, que continua nesta sexta
 
A rentabilidade de R$ 4,48 bilhões atingida ao ano por parte das 40 cooperativas do agronegócio existentes em Mato Grosso pode crescer ainda mais, e a fórmula é a organização. É o que defende o professor Fábio Chaddad, consultor permanente do Fórum de Dirigentes Cooperativistas do Agronegócio de Mato Grosso, depois de divulgar o resultado de um diagnóstico feito com as maiores cooperativas do setor no Estado. Os dados foram apresentados na quinta-feira (20/11) a cerca de 60 participantes do quarto encontro do grupo, em Sorriso.
 
“Se os produtores de Mato Grosso estiverem organizados, com a logística organizada, com os armazéns organizados, o que as empresas dos Estados Unidos vêm fazer aqui? O que as cooperativas dos Estados Unidos, que chegam aqui como tradings, vão conseguir? Nada. Mas, sem organização, elas, que buscam produto no mundo inteiro, vêm negociar aqui e levam a rentabilidade para quem? Para os produtores de lá, que são cooperados e organizados”, argumentou o professor da Universidade de Missouri (EUA) aos participantes do evento.
 
Trinta cooperativas responderam a um questionário aplicado por Chaddad, como estratégia do Fórum Cooperativista, para mensurar a realidade das organizações em atividade no negócio em Mato Grosso. A necessidade de separar governança de gestão é apontada como um dos principais gargalos. De acordo com o professor, o número de cooperativas que divide uma função da outra ainda é pequeno: 11 apenas, entre as 30 pesquisadas.
 
“A gestão tem que ser feita por um diretor administrativo para cuidar do operacional da cooperativa. Em geral, é um profissional contratado, para gerir uma equipe profissional contratada. A governança é feita pelo conselho consultivo estabelecido pelos cooperados, para supervisão da gestão”, revelou o professor.
 
A ideia é compartilhada por quem já atua no agronegócio por meio de cooperativas. “Tem que focar na profissionalização da gestão”, enfatizou Márcio Giroletti, um dos diretores da Cooperativa Agropecuária Industrial Celeiro do Norte (Coacen), instalada em Sorriso.
 
Dentro do perfil estudado, as coorporativas de Mato Grosso foram classificadas como heterogêneas. Têm ciclos de vida variados: algumas são mais novas que 15 anos, outras, mais antigas, e ainda existem aquelas que já quase encerraram as atividades, mas estão se reerguendo.
 
Também atuam em vários ramos e em regiões distintas, o que demanda dinâmicas diferenciadas para os diferentes mercados. “As 30 juntas atuam numa área de mais de três milhões de hectares, um perímetro muito grande para ganhar escala, eficiência”, apontou Chaddad, informando que cinco cooperativas têm indústria e um total de 1,5 mil funcionários.
 
A necessidade de se pensar estrategicamente as cooperativas norteou boa parte do debate. Conforme o estudo, todas atuam com o propósito de defender o interesse dos produtores, mas devem avançar para garantir a continuidade. “A cooperativa ainda é encarada como prolongamento da atividade do produtor. Mas ele tem que saber que esse modelo de negócio tem limite, ou seja, qual é o futuro?”, desafiou o professor.
 
O diretor administrativo da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e cooperativista, Nelson Piccoli, lembrou aos cooperados presentes que os lucros advindos das cooperativas não dizem respeito necessariamente ao dinheiro. “A cooperativa gera benefícios. O propósito não é lucro em dinheiro, que virá a ser consequência dos benefícios”.
 
O IV Fórum de Dirigentes Cooperativistas ainda ocorre ao longo da manhã desta sexta-feira na sede da Coacen, em Sorriso, quando os participantes conhecerão a experiência de atuação de três grandes cooperativas da cidade. O Fórum é uma realização da Aprosoja, do Sindicato e Organização de Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso (OCB/MT) e a Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa).

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