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Ganhos para o consumidor e meio ambiente justificam mais etanol na gasolina, diz a UNICA

Hipótese vem sendo considerada pelo governo


O possível impacto no preço da gasolina para o consumidor e ganhos importantes em termos ambientais, de saúde pública e até para a balança comercial brasileira, estão entre os principais argumentos a favor do aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, dos atuais 25% para 27,5%. Essa hipótese vem sendo considerada pelo governo, por sugestão da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

“Qualquer aumento na mistura de etanol na gasolina significa a substituição de um componente, a gasolina pura que na refinaria custa R$2,40 o litro, por outro, o etanol anidro vendido pelo produtor por cerca de R$1,50. Essa diferença permite, potencialmente, algum recuo no preço final da gasolina na bomba,” explica a presidente da UNICA, Elizabeth Farina.

Adotar a mistura de 27,5% seria, segundo ela, uma questão de coerência, já que o governo vem impondo à Petrobras a manutenção de um preço artificialmente baixo para a gasolina a nível de refinaria, para evitar que a gasolina tenha impacto sobre a inflação. “Aumentar a mistura é uma forma muito mais coerente de atingir esse objetivo sem causar os enormes problemas que o setor sucroenergético vem enfrentando em função do controle do preço da gasolina durante os últimos cinco anos,” disse.

Mais etanol na gasolina também beneficiaria a própria Petrobras, reduzindo a necessidade por produção ou importação adicional de gasolina. O achatamento do preço da gasolina elevou a demanda doméstica para além da capacidade de refino da Petrobras, obrigando a empresa a importar cada vez mais gasolina para atender o consumidor.

“Como tanto a gasolina produzida no Brasil quanto a importada são vendidas pela Petrobras por menos do que o custo de produção ou de importação, o efeito do aumento da mistura de etanol seria, naturalmente, muito positivo para a empresa. A balança comercial brasileira também seria beneficiada, pois a importação de gasolina para venda com prejuizo também consome divisas,” disse Farina.

Já as vantagens ambientais do etanol sobre a gasolina são amplamente conhecidas e profundas, tornando a substituição de gasolina por etanol um ganho com amplas repercussões. A melhora na qualidade do ar, particularmente em regiões metropolitanas, é comprovada em estudos realizados pela Universidade de São Paulo que são referência internacional, apontando queda no número de internações por doenças respiratórias e cardiovasculares, redução no número de óbitos e queda significativa nos custos da saúde pública.

“Não por acaso, a ONU, através do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgou neste domingo (13/04) seu mais novo relatório, que destaca a importância de uma adoção global mais rápida de alternativas energéticas limpas como forma de acelerar o combate ao aquecimento global. Nesse contexto, o etanol brasileiro de cana-de-açúcar é o biocombustível mais eficiente produzido em larga escala que existe no mundo,” frisou Farina.
Diversos estudos comprovam que o etanol de cana reduz as emissões de gases causadores das mudanças climáticas em até 90% comparado com a gasolina. Graças a esse índice, o biocombustível brasileiro é o único etanol produzido em larga escala do mundo considerado ‘avançado’ pela Environmental Protection Agency (EPA), a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

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