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Leite recua 4,94% em Minas, negociado a R$ 0,96 o litro

Aumento da captação e dos estoques pressionou retração em novembro


A cotação do leite em Minas Gerais teve queda de 4,94% em novembro, sendo negociado em média líquida a R$ 0,96 o litro. O índice ficou mais alto que o registrado em outubro, quando a retração no valor líqüido foi de 1,76%. O preço no 11º mês, que é referente à produção entregue em outubro, apresentou o terceira recuo consecutivo em função do aumento da captação, dos estoques altos nas indústrias e do menor consumo de derivados lácteos. Para dezembro, as estimativas são de novas retrações, que serão impulsionadas pelo período de safra. Os dados são do Boletim do Leite, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Em Minas Gerais, o preço líqüido pago pelo litro variou entre o mínimo de R$ 0,80 e o máximo de R$ 1,07. Já a média do valor bruto, R$ 1,04 por litro, apresentou queda de 4,59%, com os preços pagos aos pecuaristas variando entre R$ 0,88 e R$ 1,16.

Na média Brasil, calculada com base nos dados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Bahia e Santa Catarina, o valor bruto do leite recuou 4,08% em novembro, com média de R$ 1,024 por litro. O preço líqüido encerrou o período a R$ 0,94 por litro, redução de 4,28%. Descontada a inflação, o valor bruto está 12,2% menor que o praticado em novembro de 2013 e o líqüido, 11,91% menor.

No mês, o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L/Cepea) ficou praticamente estável, com pequena variação negativa de 0,4%. Minas Gerais apresentou o terceiro maior crescimento em captação, 2,86%, ficando atrás somente de São Paulo (3,55%) e Goiás (2,9%). A queda na captação nacional se deve ao recuo nas produções do Paraná (5,12%), Rio Grande do Sul (6,91%) e Bahia (12,51%).

Regiões - Na Zona da Mata foi registrada uma das maiores quedas nos preços do litro de leite. O valor líqüido variou de R$ 0,68 a R$ 0,81, encerrando o mês com média de R$ 0,76, retração de 7,39%. O preço bruto médio, R$ 0,84 por litro, caiu 6,77%.

De acordo com o gerente da Cooperativa dos Produtores de Leite de Mar de Espanha, na Zona da Mata, Claudinei Quinelato, os preços pagos aos pecuaristas estão caindo substancialmente na região e a tendência é de novas reduções devido ao período de safra.

"Os preços praticados atualmente ainda garantem pequena rentabilidade aos produtores, mas como a tendência é que a captação continue elevada e os valores em queda, a margem de lucro ficará cada vez mais reduzida. Com a queda dos ganhos, os pecuaristas podem optar por investir menos na alimentação do rebanho, o que interfere na produtividade. Acreditamos que somente em março os preços devem interromper a seqüência de desvalorização", explicou Quinelato.

Os pecuaristas do Alto Paranaíba e Triângulo negociaram a produção a R$ 1,00, valor líqüido que ficou 8% inferior ao praticado em outubro. Queda, também, na média bruta, 7,51%, com o litro avaliado em R$ 1,08.

No Sul e Sudoeste, o pecuarista recebeu 1,89% a menos pelo litro no valor bruto, com leite avaliado em R$ 0,88. No preço líqüido, a redução foi de 4,12%, com valores fixados em R$ 0,79 por litro.

A região do Rio Doce, que até o mês anterior ainda registrava valorização nos preços, encerrou outubro com o litro do produto, média bruta, negociado a R$ 1,19, queda de 2,15%. O preço líqüido ficou 2,3% inferior e foi negociado a R$ 1,08.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a queda nos preços ficou em 3,02%, média bruta, e em 3,02% nos valores líqüidos. A cotação do leite apresentou média bruta de R$ 1,13 e líquida de R$ 1,03.


Dezembro - A previsão do Cepea para o próximo mês é de nova queda nos valores. A maior parte dos entrevistados pelos pesquisadores da instituição - 78,21% -, que representa 88,64% do leite amostrado, acredita que o recuo deve se manter em dezembro. Por outro lado, 19,23%, que representam 10,86% do público ouvido, indicam estabilidade. Apenas 2,56% acreditam em uma possível alta.

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