Maggi: Livre comércio de carne com EUA não vai desabastecer mercado interno

Em visita à Expointer 2016, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, dedicou tempo a um assunto que é tratado como sensível pelo governo brasileiro: as importações de carne dos Estados Unidos. Ele reuniu-se com vários sindicatos e associações rurais para discutir políticas agrícolas, mas sustentou que o novo acordo com os norte-americanos não vai ameaçar o abastecimento de carne no Brasil.

O recente anúncio de livre comércio com os EUA levou alguns produtores a ficarem preocupados com uma possível escassez interna do produto. As restrições a compra e venda de carne bovina entre os dois países foram levantadas em agosto. Dentro de cinco anos, o Brasil espera exportar 100 mil toneladas para a maior economia do planeta. Além disso, a história mostra que, quando os Estados Unidos abrem suas fronteiras para produtos brasileiros, é provável que muitos outros países façam o mesmo.

Maggi aliviou as preocupações dos produtores sobre uma possível oferta apertada assegurando que países como a Argentina ou mesmo os Estados Unidos poderão suprir o mercado local. “Caso a cadeia precise, haverá importações de lá pra cá. Eles estão autorizados a fazer o mesmo. E temos outros parceiros de peso, como a Argentina, para suprir nosso mercado se for o caso. Não acredito na possibilidade de desabastecimento”, sustentou ele ao Portal Agriculture.com.

Questionado pelo sobre o futuro do mercado de soja e milho, o ministro disse que haverá uma inversão do quadro atual para a indústria agrícola na safra 2016/2017: “Eu acredito que a cadeia da avicultura e da suinocultura estará contente no ano que vem, enquanto que os produtores de milho estarão chorando. Esse é um efeito normal de mercado, chamado de sanfona, onde o governo não pode intervir. Algumas vezes você ganha, algumas vezes você perde. No ano que vem, acredito que haverá uma safra recorde de milho sem importações dos EUA”.