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MT: Municípios chegam a 99% da área

Plantio na reta final


Trabalhos encerraram décima semana de cultivo da safra. Mesmo com chuvas irregulares, atraso vai sendo reduzido

O plantio da safra de soja, 2014/15, em Mato Grosso, atingiu nessa semana, 10ª de trabalhos, a menor diferença entre o ritmo da semeadura atual ante o mesmo período do ano passado: -4,1 pontos percentuais (p.p.). Graças à dilatação da jornada de trabalho, com plantios sendo feitos à noite, como esticando o turno por algumas horas, os sojicultores conseguiram reduzir um atraso que chegou a mais de 31 p.p., como se registrou na comparação anual com o resultado da sétima semana de plantio com o mesmo período de 2013. O plantio está na reta final e muitos municípios devem desligar as plantadeiras ainda neste final de semana.


Até o dia 20, conforme dados atualizados ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), dos mais de 8,80 milhões de hectares para serem cobertos nessa safra, 93,1% estavam semeados, cerca de 8,18 milhões, contra 97,2% do ano passado. Quase 100% da superfície do ciclo anterior está semeada na décima semana de plantio. No ano passado, a conclusão se deu na primeira semana de dezembro. A safra 2013/14 foi plantada em 12 semanas e a atual, que teve praticamente o mês de outubro perdido em função da forte seca, deverá ser encerrada também na primeira semana do próximo mês.

As chuvas que até essa semana ainda não estavam regularizadas e constantes em todas as regiões mato-grossenses, deverão estar mais intensas a partir desse final de semana, favorecendo o plantio de forma ininterrupta. Conforme relato de produtores, as precipitações registradas nos últimos dias no norte de Mato Grosso têm colaborado com o plantio, bem como desenvolvimento e germinação das sementes. Porém, ainda há reclamação de intervalos de mais dez dias sem chuvas, o que interrompeu os trabalhos.

REGIÕES - Nesse acompanhamento do Imea, a região mais atrasa é a nordeste com apenas 78% da área semeada ante 84,1% em igual momento de 2013. Nessa porção que congrega municípios como Canarana, Gaúcha do Norte, Querência e Nova Xavantina, o plantio tem tradição de começar de forma mais tardia em relação ao médio norte e sul de Mato Grosso, mas em razão da seca, boa parte do maquinário só entrou no campo no final do mês passado, impondo um atraso de pelo menos duas semanas em relação ao planejamento do produtor.

Na outra ponta, o maior avanço está nas regiões médio norte e centro-sul, ambas com mais de 97% da área coberta com a soja. Nessas duas porções, muitas cidades importantes como Sorriso e Campo Verde estavam até o dia 20 com 99% do plantio concluído. A expectativa é de que no final de semana as plantadeiras sejam desligadas. Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) é o município que destina a maior área no mundo à cultura da soja, anualmente são quase 600 mil hectares plantados.


TARDE DEMAIS – Apesar da recuperação, o atraso causado pela falta de chuvas deixou marcas na safra 2014/15 de Mato Grosso. Na semana passada a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) confirmou que o Estado vai produzir menos milho em 2015. A retração é reflexo direto do atraso no cultivo da soja que estreita a janela de plantio ao cereal e que consequentemente, por incertezas climáticas, inibe o investimento na cultura. Ou seja, a próxima safrinha de milho será menor pela perspectiva de área, como de produtividade.

O tamanho da retração espacial é regionalizado, mas os principais atores do setor, os produtores, afirmam que não haverá tempo hábil para se fazer a tradicional safrinha de milho logo após a colheita da soja. Há quem aposte em reduções pontuais de até 50% na área. O milho é a principal opção de segunda época para o produtor mato-grossense, e o cereal sucede a oleaginosa no ciclo produtivo e por isso faltará terra disponível e janela agronômica para o milho, a partir de fevereiro de 2015. No Estado o milho é plantado na medida em que a soja é colhida. Quem tem maquinário, faz as duas coisas de forma simultânea, com a colheitadeira à frente e a plantadeira logo atrás. A seca que estreitou a janela de plantio da soja – melhor momento para o desenvolvimento da planta – é a mesma que estrangula a janela do milho, que se fecha em 20 de fevereiro. De agora em diante, qualquer novo atraso sobre a soja – probabilidade de chuvas durante a colheita é muito grande devido à intensidade das precipitações de janeiro e fevereiro – reduzirá ainda mais a disponibilidade de janela e área ao cereal.

Por ser a mais atrasada a expectativa é que na região leste, por exemplo, essa queda possa ser de até 40% em relação a 2014.

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