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Pesquisa feita na USP aumenta oferta de carne e leite

Tecnologia de Ribeirão Preto já tem patente na África do Sul para reduzir mortalidade de crias



Um grupo de pesquisadores liderado pelo doutor Marcelo Dias Baruffi, coordenador do Laboratório de Glicolmunologia do Departamento de Análise Clínica, Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (USP), estuda diferentes categorias de moléculas bioativas há mais de 14 anos. Em 2010, o grupo elaborou um produto para melhorar a fertilidade de fêmeas bovinas, em parceria com a Inprenha Biotecnologia e Desenvolvimento Avançado, empresa do setor produtivo pecuário.

O produto batizado como a marca fantasia de Tolerana previne a perda ou a mortalidade de crias e aumenta a taxa de prenhez em bovinos.

O mecanismo biológico da ação pró-fertilidade proporcionado pela substância indica que pode estar associado ao aumento da tolerância materno-fetal.

Testes de campo iniciados em 2010 e com ciclo experimental quase esgotado, coordenados pela Inprenha, sediada em Jaboticabal, revelaram que a produtividade nos rebanhos aumentou em taxas tidas como impactantes para o setor agropecuário - entre 7% a 16% com o uso da Tolerana, que pode ser aplicada por inseminação artificial ou transferência de embriões.

Nos dois mil testes realizados, os bezerros nasceram fortes e saudáveis. As perdas foram mínimas - irrelevantes até.

“O produto que nós criamos diminui sensivelmente a perda de crias. Sua utilização aumentou a eficiência de nascimentos de bezerros e, até agora, não tiveram nenhum tipo de má formação ou coisa semelhante. Pelo contrário, mostram-se saudáveis”, explicou o doutor Marcelo.

A Tolerana compõe uma tecnologia aplicável à reprodução animal com patente depositada e concedida no Brasil e na África do Sul, o primeiro país estrangeiro a reconhecer a eficácia da substância, quinta-feira passada (11).

Além disso, a tecnologia ribeirão-pretana tem sua patente depositada no Japão, Estados Unidos, Rússia, Índia e China. A USP e a Inprenha são co-titulares da patente.

O produto que já está em processo de registro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) deverá ser lançado no mercado provavelmente até o próximo ano. A Inprenha foi licenciada pela Universidade São Paulo para produzir e comercializar a Tolerana.

“O aumento da prenhez bovina deve produzir um grande impacto no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que possui cerca de 210 milhões de cabeças de gado, um dos maiores produtores de carne e leite do mundo”, arriscou o professor Marcelo Dias Baruffi.

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