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Pesquisadores alertam sobre importância da destruição dos restos culturais do algodoeiro em MT

Preocupação se torna ainda maior diante da grande pressão do bicudo-do-algodoeiro na safra corrente


Em tempo de colheita do algodão em Mato Grosso, os pesquisadores do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e assessores técnicos regionais (ATRs) alertam agricultores e seus colaboradores para os cuidados a serem tomados na eliminação dos restos culturais do algodoeiro – prática também conhecida como destruição de soqueira –, como medida profilática para reduzir a população de pragas e as doenças que se desenvolvem nas plantas rebrotadas. A preocupação se torna ainda maior diante da grande pressão do bicudo-do-algodoeiro na safra corrente (2014/15).
 
"As lavouras de algodão de Mato Grosso tiveram forte pressão do bicudo desde o início desta safra, o que nos alertou para a necessidade de maior cuidado na destruição dos restos culturais do algodoeiro após a colheita", comenta o pesquisador do IMAmt, Edson R. de Andrade Junior. Ele acrescenta que essa destruição, quando realizada de forma eficiente, proporciona a redução da população de insetos em quiescência (período de repouso), o que inclui pragas como lagartas, pulgões e mosca-branca, além do bicudo, e também a eliminação de plantas hospedeiras de patógenos de doenças como ramulose, ramulária, mancha-angular e doença-azul.
 
A destruição dos restos culturais por todos os cotonicultores é obrigatória por lei em Mato Grosso, visando o respeito ao Vazio Sanitário do Algodoeiro, período do ano durante o qual não pode haver plantas de algodoeiro vivas nas fazendas (fixado entre os dias 16 de setembro de 30 de novembro pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso – Indea/MT). Uma das principais formas de eliminação utilizada pelos agricultores associados à Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) é a química, realizada através do uso de herbicidas: cerca de 70% da soqueira do algodoeiro em Mato Grosso é destruída dessa forma, segundo Andrade Junior. A outra alternativa é a destruição mecânica.
 
No entanto, a adoção cada vez maior de variedades transgênicas resistentes a herbicidas trouxe um complicador a mais e esse é um dos temas tratados por Andrade Junior e pesquisadores de instituições parceiras em duas circulares técnicas do IMAmt. A Circular Técnica nº 16, cujo título é "Destruição dos restos culturais do algodoeiro", foi feita em parceria como os pesquisadores Valdinei Sofiatti, Odilon Reny Ribeiro Pereira da Silva e Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, da Embrapa Algodão, e trata de experimentos realizados com novos equipamentos que estão sendo colocados no mercado para destruição mecânica dos restos culturais.
 
A Circular Técnica nº 17, "Destruição química da soqueira em variedades de algodoeiro resistentes ao glifosato", foi elaborada em parceria com Anderson Luís Cavenaghi (do Univag – Centro Universitário de Várzea Grande), Sebastião Carneiro Guimarães (da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT) e Mario Zortéa Antunes Junior (do Univag). Nesta Circular Técnica, são relatados os resultados de ensaios realizados com a utilização de outros herbicidas para a destruição química dos restos culturais em lavouras com variedades transgênicas resistentes ao glifosato.
 
As duas circulares técnicas estão sendo distribuídas aos produtores e seus colaboradores, e também estão disponíveis nos sites do IMAmt (www.imamt.com.br e da Ampa (www.ampa.com.br). "É importante que o produtor de algodão esteja cada vez mais consciente e alerta quanto à forma mais eficiente de fazer a destruição dos restos culturais do algodoeiro. A natureza perene do algodoeiro permite que o mesmo rebrote a pós a colheita e até produza frutos. Essa característica, aliada à intensa pressão de pragas e doenças, torna fundamental a correta destruição dos restos culturais para evitar a chamada ponte verde no período do vazio sanitário e assegurar o futuro da cotonicultura no Cerrado", afirma Andrade Junior.

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