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Produtores reclamam de antecipação do vazio sanitário da soja

Não resolve problemas com ferrugem asiática, diz Aprosoja-MT



Não agradou em nada aos produtores de soja de Mato Grosso a antecipação do período do vazio sanitário da oleaginosa, que passará do dia 15 de junho para 1º de maio a partir da próxima safra. De acordo com os sojicultores, a medida não resolve os problemas que o estado vem enfrentando com a ferrugem asiática. 


“Vemos com bastante preocupação, uma vez que o grande problema, quando se trata de ferrugem asiática, é o manejo incorreto de fungicidas”, diz Ricardo Tomczyk, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). O Mato Grosso é o estado brasileiro que detém o primeiro posto entre os maiores produtores de soja do País.

“Não estão dando uma visão adequada ao percentual. Temos um problema em 100% da área e estamos com essa medida tentando pelo menos resolver em menos de 2% (soja safrinha). Na nossa visão, é uma atitude com pouca interlocução com o setor e que realmente não atinge os nossos objetivos”, afirma ele.

A antecipação do período do vazio sanitário da oleaginosa foi tornada oficial com a publicação na semana passada da Instrução Normativa nº 007/2.014. Trata-se de uma iniciativa conjunta entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) e o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT).
 
A Aprosoja sugere que o prazo inicial do vazio sanitário seja mantido em 15 de junho, alterando apenas o final para 30 de setembro. “Para que nós possamos reduzir a janela de plantio de soja. É um outro problema, que é o alinhamento do início da colheita da soja, uma vez que as sojas que são colhidas muito antecipadamente acabam proliferando ferrugem para todo o resto da lavoura também”, destaca Tomczyk.


O coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Indea-MT, Ronaldo Medeiros, defende-se dizendo que a decisão atende recomendação da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal de Mato Grosso, que possui representantes de entidades do setor produtivo, de empresas agropecuárias e dos governos federal e estadual. 

“Isso nos levou a normatizar que seria de 1º de maio a 15 de setembro. Pensando nisso, o Indea, analisando as várias situações de plantio no estado de Mato Grosso, após uma análise por um longo período, concluiu que deveria ser 1º de maio, principalmente pensando na região do Araguaia onde se planta soja mais tarde”, explica Medeiros.

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