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Rotação com espécies não hospedeiras favorece o manejo de nematóides

Tolerância pode estar ligada às características ambientais


Maior tolerância de alguns genótipos pode estar ligada às características ambientais

Uma das grandes preocupações dos produtores nos últimos anos, os impactos e manejo de nematoides na sojicultura, foram discutidos durante o VI Congresso Brasileiro de Soja. O uso intensivo da terra com culturas suscetíveis, como a soja no verão e milho ou algodão na segunda safra, tem aumentado as populações do parasita Pratylenchus (P. brachyurus) no solo, de acordo com o pesquisador Waldir Dias, da Embrapa Soja.

Segundo Dias, o problema é mais grave no Centro-Oeste, mas também começa a aparecer no Sul do País. Segundo o pesquisador, ao alternar o plantio da soja com adubos verdes, como espécies de crotalária, o agricultor consegue diminuir a multiplicação dos nematoides. “Das técnicas de manejo, a rotação de culturas é a que mais efetivamente pode diminuir a multiplicação do Pratylenchus”, orienta o pesquisador. Algumas áreas infestadas de nematóides podem ter até 30% de perda da capacidade produtiva.

Para Dias, é difícil obter ganhos significativos com a seleção genética em soja para resistência ao nematoide. “Os estudos genéticos têm mostrado que a resistência a Pratylenchus em soja é limitada. A maior tolerância de alguns genótipos está mais ligada às características ambientais do que genéticas”, afirmou o pesquisador. “O ideal é sempre combinar a rotação com a variedade resistente e manter boas práticas de manejo como, por exemplo, uma adubação equilibrada, evitar que o solo fique exposto e seja compactado, favorecendo a tolerância da soja aos parasitas”, afirma.

Outro aspecto que dificulta a utilização de cultivares de soja resistentes ao parasita é que na maioria das áreas infestadas, as populações de Pratylenchus estão excessivamente elevadas. “Assim, mesmo as cultivares mais resistentes podem não alcançar rendimentos nessas lavouras. O uso de cultivares mais resistentes pressupõe uma redução prévia das populações do parasita, rotacionando com espécies vegetais não hospedeiras”, complementa Dias.

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