Soja acima de US$ 10 por bushel: Mudança de ventos?

Na avaliação do consultor e analista de mercado Carlos Cogo, a disparada da soja em mais de 30 centavos de Dólar (para acima de US$ 10 por bushel) não significa uma mudança de viés no mercado da oleaginosa. Segundo ele, “ainda não há mudança de ventos” porque os “muitos fatores pontuais que empurram a soja para cima” são efêmeros. Ele alista três:

1. Colheita atrasada nos EUA: “deve se normalizar nos próximos dias”.

2. Plantio atrasado no Brasil: “chuvas voltaram, mas ainda segue o risco de atraso, El Niño Modoki pode trazer estiagens regionalizadas no verão brasileiro e a produtividade poderá cair”.

3. Os fundos voltaram com tudo para Chicago em outubro: “as incertezas em relação ao timing do banco central americano (FED) sobre a esperada elevação dos juros ampliaram o nervosismo nos mercados e levaram investidores a novamente elevar a aposta nos grãos. Os fundos de investimento estavam com posições vendidas (à espera da depreciação dos contratos) no mercado de grãos, já que a tendência era de ofertas cada vez maiores – e isso facilitou a elevação pontual das apostas financeiras em Chicago.

Por outro lado, o diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica salienta que a “demanda se mostra muito forte e vai deixando para trás o piso de US$ 9 por bushel”:

1. Os EUA venderam 2,17 milhões de toneladas de soja na última semana.

2. Já estão contratadas exportações de 27,8 milhões de toneladas de soja dos EUA. Isso com menos de 2 meses do ano-safra 2014/2015 (que iniciou em 1º de setembro/2015).

3. As importações da China acumulam um crescimento de 15,3% em 2014 e seguem fortes.