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Tempo bom para pequenas máquinas

Revendas de equipamentos agrícolas de menor valor têm melhor desempenho na exposição deste ano


Os agricultores estão capitalizados, em virtude da última boa safra, no entanto, o cenário econômico de crise e o aumento nos juros do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) impediu crescimento nas vendas de maquinários na Expolondrina 2015 em relação ao do ano passado. Equipamentos de menor valor se destacaram neste cenário e conseguiram manter o volume de comercialização.

Caso da Dismafe, onde roçadeiras e motosserras foram os itens mais procurados, ao lado dos minitratores, que custam cerca de R$ 10 mil. Segundo o vendedor Allan Rawan, muitas negociações também acontecem fora da feira, o que torna a exposição um local importante para a visibilidade das marcas.

"Às vezes, não fechamos muitas negociações aqui, mas o pessoal vai na loja no dia seguinte", diz ele. Já na Integrada, o movimento surpreendeu o comprador de peças e acessórios, Lucas Paula, que esperava uma retração diante da crise econômica. De acordo com ele, no entanto, a movimentação no estande foi intensa e refletiu na boa comercialização de equipamentos, especialmente semeadeiras, que podem custar até R$ 90 mil.

"A gente achou que ia ser fraco este ano; o financiamento está mais difícil, mas o produtor está pagando o preço", afirma. Para revendas de máquinas de grande porte, porém, a crise afetou os resultados em até 50%. João Joaquim, supervisor de vendas da Horizon, que comercializa John Deere, espera concretizar apenas metade dos negócios planejados para a feira. A marca oferta máquinas de até R$ 1,5 milhão.

"Apesar da colheita ter sido muito boa, toda vez que acontece mudança na taxa de juros o agricultor se retrai", explica. Os juros do Moderfrota foram elevados de 4,5% para 7,5% a partir do dia 1º de abril. Além disso, Joaquim aponta a mudança nas regras de financiamentos. Antes, 90% do valor do equipamentos era custeado, agora, o limite caiu para 70%.

"Não está parado, mas só está comprando quem já tinha planejado", conta ele. Elton Colheri, funcionário da Agromáquinas Assaí, também prevê uma redução de 50% nos negócios efetivados na feira. Para ele, os agricultores estão com receio do momento econômico e já sentiram uma dificuldade maior de acesso a crédito bancário.

"Todo o pessoal que queria teve crédito liberado (nos anos anteriores), agora, os bancos estão segurando e o pessoal está com medo", opina. No estande da Dimasa, revenda Massey Ferguson, foram vendidos mais implementos e menos tratores. Segundo o gerente, Sérgio Chapieski, o volume de comercialização deve ser entre 20% e 30% menor este ano, devido a uma combinação de fatores.

"Os agricultores estão capitalizados, mas não estão investindo por conta da conjuntura", explica. Marcelo Sasso, gerente comercial da Engepeças Agrícola, revendedora da LS Tractor, tinha a expectativa de vender entre oito e dez equipamentos durante a feira, no entanto, diz que o público está apenas prospectando negócios. Ele aponta a crise econômica, a alta do dólar, o aumento dos juros e a restrição do crédito como causadores da situação.

Cecília França Reportagem Local

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