Assembleia francesa adia proibição de pesticidas
Decisão visa dar um tempo maior para os fabricantes se adequarem
A Assembleia francesa votou na última sexta-feira em favor de adiar a proibição planejada da produção de certos pesticidas por três anos, até 2025. Nesse cenário, a Assembleia Nacional já havia votado para impedir a produção na França de certos pesticidas proibidos pela União Europeia (EU) até 2022, e agora, isso não entrará em vigor antes de 2025.
A proibição foi estabelecida para se aplicar à produção, estocagem e venda de certos produtos fitofarmacêuticos proibidos, e que contêm quaisquer substâncias proibidas pela UE sob suas leis de agricultura e alimentos. Depois de debater a questão esta semana, a câmara votou o atraso por 27 votos a três, com sete abstenções.
Aumentar a data em três anos tornaria mais provável que as empresas mudassem suas práticas, em vez de simplesmente transferir sua produção para outro lugar, disseram os defensores. O deputado Roland Lescure, que apoiou o movimento, disse que “se nos livramos da produção de um dia para o outro, o perigo é que ela simplesmente se mova pela estrada algumas centenas de quilômetros, e o impacto global no meio ambiente será o mesmo”.
Essa nova mudança, segundo o governo, "daria um prazo claro para os fabricantes" e garantiria que não houvesse "ponto de corte brutal". A lei entrará em vigor em 2025, e também permitirá que as empresas obtenham isenções se assinarem um acordo com o governo dentro de seis meses, para ajudar a financiar pesquisas sobre alternativas de pesticidas.
No entanto, alguns críticos alegam que a nova medida trará impactos negativos. O membro do parlamento Eric Alauzet disse que a votação representou o "choque entre questões ambientais e questões econômicas". A votação acontece na mesma semana em que centenas de milhares de pessoas participaram de uma marcha pacífica contra a mudança climática em toda a França neste fim de semana.