Bionematicida tem bons resultados em feijão
Produto controla nematoides em eficiência de até 66%
Na safra passada o Brasil plantou 2,9 milhões de hectares de feijão preto, cores e caupi nas três safras e colheu o equivalente a 3,2 milhões de toneladas, um avanço de 7%. Os dados são da Conab, que também projeta um incremento neste ciclo devido à valorização do grão.
Para atingir boa produtividade o produtor deve passar pelo desafio de controlar os nematoides na cultura. Eles atacam as raízes diminuindo o potencial da planta e os resultados finais. Um produto de base biológica tem alcançado bons resultados neste segmento. O Furatrop, desenvolvido pela empresa brasileira Biotrop, atua como bionematicida, agindo de forma rápida no combate aos vermes do solo.
A biotecnologia combina a tecnologia japonesa Hayai e uma cepa de altíssima eficiência (2657) de Bacillus subtilis. A principal diferença é notada no desenvolvimento radicular e proteção da planta desde a emergência apresentando maior volume de raízes e radicelas, sem danos de nematoides às primeiras emissões de raízes. “Na parte aérea também é visível a diferença na planta tratada com o bionematicida, que cresce mais rápido, volumosa e sadia”, diz o gerente de marketing e estratégia da Biotrop, Jonas Hipolito.
A bactéria presente no produto age de três maneiras diferentes. A primeira é por meio de antiobiose, atuando diretamente sobre os nematoides. A segunda forma é por competição, formando um biofilme protetor nas raízes das plantas que desorienta os nematoides e forma uma barreira física protetora. Por fim, atua nas plantas, contribuindo para sua capacidade de resposta a estresses.
Em um experimento realizado no município de Lavras-MG, as pesquisadoras Ana Cristina Monteiro e Amanda Maria Nascimento, avaliaram a população de Meloidogyne Javanica nas raízes do feijão. Como resultado o Furatrop obteve controle de 66% sobre a população de nematoides, 12% a mais que o concorrente analisado.
A mesma pesquisa demonstrou ainda que houve incremento de 20% de produtividade em relação à testemunha, sendo seis sacas a mais de feijão por hectare. “O produtor ganha com a sanidade da lavoura, qualidade de plantas e no aumento da produção”, constata Hipolito.