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Biotec Factory da UFSM desenvolve bioherbicidas à base de fungos

Grupo é coordenado pelo Professor Marcio Mazutti


O grupo Biotec Factory, sediado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), desenvolve três bioherbicidas à base de moléculas microbianas isoladas produzidas por fungos. A pesquisa trabalha com a produção de biomoléculas a partir de três microrganismos: Diaporthe sp., Phoma sp. e Fusarium sp, que estão em fase inicial de desenvolvimento e foram testados em casa de vegetação.

Coordenador do Biotec Factory, o Professor Marcio Mazutti destaca que os três bioherbicidas apresentam bom potencial para agricultura: “O bioherbicida a partir de Diaporthe sp. apresentou bons resultados no controle de plantas teste em pré e pós-emergência. Em pré-emergência inibiu 100% da germinação das sementes”.

De acordo com ele, o bioherbicida a partir de Fusarium sp. mostrou “elevada eficiência no controle em pré e pós-emergência de plantas teste. Além disso, mostrou bons índices de controle em buva (pós-emergência)”. 

O destaque, segundo ele, fica por conta do bioherbicida a partir de Phoma sp. que é o que apresenta os melhores resultados. O bioproduto, quando aplicado em pós-emergência, apresentou efeito supressivo no crescimento de Amaranthus retroflexus, Bidens pilosa e Conyza canadensis para um vazão de aplicação de 300 l/ha. Quando aplicado em substrato, inibiu aproximadamente 85% da germinação de sementes de Bidens pilosa. 

“Este produto vai para um segundo estágio, onde será testada a sua eficiência em condições de campo. Os experimentos no campo iniciarão em abril/2017”, adianta Mazutti. “Os produtos testados apresentam baixa seletividade, afetando tanto plantas daninhas quanto a cultura. São produtos que podem ser usados como dessecantes. O bioherbicida de Phoma sp. apresenta grande potencial para ser aplicado em pré-emergência”, explica. 

“A aplicação de moléculas biológicas, ao invés de células/micélio/esporos, tem como principal vantagem a menor dependência de condições climáticas adequadas. Outra vantagem é a possibilidade de padronizar a concentração do ingrediente ativo e, consequentemente, ter melhor uniformidade nos resultados. Embora os produtos do controle biológico clássico apresentem uma dose recomendada, os agentes de controle (microrganismos) apresentam muita heterogeneidade. Por esta razão que alguns produtos apresentam bom desempenho em um ano e em outros anos diminuem a eficiência. Com o uso de moléculas isso seria minimizado”, conclui.

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