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Como manejar machas foliares na soja

Cercosporiose e mancha alvo tem ganhado importância nas últimas safras


Foto: Nadia Borges

Dentre todas as doenças que atacam a cultura da soja as manchas foliares também têm importância na produtividade da oleaginosa. Dentre elas se destacam a cercosporiose (Cercospora sp.) e a mancha alvo (Corynespora cassiicola). A primeira é causada pelo fungo Cercospora kikuchii e causa o chamado crestamento foliar e, além das folhas, pode atingir também as vagens e os grãos. A mancha alvo é causada pelo fungo Corynespora cassicola e está presente em lavouras de todas as regiões. Causa lesões na folha durante todo o ciclo e se desenvolve com alta umidade relativa e temperaturas amenas.

Durante o Open Sky Soja, evento técnico realizado em Campo Verde (MT), organizado pela empresa de pesquisa agropecuária Proteplan, pesquisadores apresentaram aos produtores um panorama sobre as doenças e estratégias de controle e manejo fitossanitário. “Essas são as principais doenças foliares que vêm causando impacto econômico nas lavouras e necessitando de maiores cuidados no manejo fitossanitário. Boa parte das cultivares de soja hoje utilizadas são suscetíveis a estas enfermidades, o que justifica um manejo específico direcionado a cada material”, destacou o pesquisador, Ivan Pedro.

No Estado, maior produtor nacional de soja, esta safra mostrou uma rápida evolução da Cercospora sp. favorecida pelo clima, altas temperaturas, períodos de veranico e manejo fúngico adotado. Já em relação a mancha alvo, o fitopatologista destaca que a safra atual foi de grande expressão para algumas regiões, embora outras regiões o impacto tenha sido menor devido às irregularidades de chuva o que não favoreceu a epidemia deste patógeno. Contudo, vale destacar que o fungo necrotrófico sobrevive em restos culturais e o sistema de cultivo tem alta influência na dinâmica da doença.

“Os estudos apontam que nessa safra, os primeiros plantios de modo geral mostraram boa sanidade das lavouras, em função do estresse hídrico e temperaturas altas. Nas lavouras semeadas tardiamente, após regularização das chuvas, em alguns cenários é possível perceber a evolução mais crítica de mancha alvo, principalmente nas cultivares com elevada suscetibilidade, aponta.

O pesquisador destaca a importância de estratégias integradas visando o manejo do complexo de manchas foliares, listando cinco pilares estratégicos para o sucesso do manejo das doenças foliares:

1.      Conhecimento da cultivar utilizada no que diz respeito à suscetibilidade.
2.      Planejamento considerando o sistema de cultivo (soja, milho, algodão, crotalárias, etc).
3.      Escolha correta dos fungicidas considerando os principais alvos biológicos a serem controlados.
4.      Posicionamento adequado dos fungicidas levando em consideração o estádio fenológico da cultura e a característica do produto utilizado.
5.      Tecnologia de aplicação efetiva que garanta uniformidade e boa cobertura foliar.
 
 

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