Controle de Lagarta na Safrinha: Qual inseticida utilizar?
Agrolink perguntou a Ivênio Rubens de Oliveira, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo
Em plena segunda safra de milho na região Centro/Sul brasileira, uma das maiores preocupações é com o controle de lagartas – principalmente a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), que provoca perdas superiores aos 40% na produção. Nessa segunda matéria da Série, o Agrolink perguntou a Ivênio Rubens de Oliveira, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo: Qual inseticida utilizar?
“Hoje são várias marcas comerciais disponíveis no mercado para o controle da lagarta-do-cartucho, de diferentes princípios ativos e consequentemente de diferentes mecanismos de ação. Mas uma vez torna-se importante o posicionamento dos produtos, de acordo com o momento atual em que as plantas e as pragas estejam”, explica.
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De acordo com o especialista, estrategicamente é mais interessante que o controle seja realizado enquanto as lagartas são ainda pequenas (<1,5 cm): “Isso favorece a ação do inseticida e evita que danos sérios ocorram nas plantas. Neste caso, é possível optar-se pelo uso de um inseticida regulador de crescimento”.
“Mas, se as lagartas já forem maiores (>1,5 cm), corre-se o risco de que estes inseticidas não atuem a tempo de evitar prejuízos. Neste caso, passam a ganhar importância os neurotóxicos, que agem no sistema nervoso dos insetos, matando-os em pouco tempo”, ressalta o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.
Segundo Oliveira, outro critério está na classe toxicológica e na classe ambiental de cada produto: “Existe uma escala que varia de I a IV, sendo I a mais tóxica aos seres humanos e a mais danosa ao meio ambiente, e IV, o oposto disto. Sempre que possível, devemos atender estes critérios para escolher os produtos”.
“Isso nos leva também a uma abordagem sobre a seletividade de inseticidas. O que isso quer dizer? Seletividade de um inseticida é a propriedade que cada produto tem de controlar a praga, com menor impacto sobre os outros organismos presentes. É claro que os inseticidas biológicos são os mais seletivos, mas os reguladores de crescimento e até mesmo alguns neurotóxicos, como as Diaminas, também cumprem bem esse papel”, conclui.
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